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IGREJA CATÓLICA
CNBB acusa governo de omissão
da Sucursal de Brasília
O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Jayme Chemello, acusou
ontem o governo federal de estar
sendo "omisso" em relação à violência contra os trabalhadores
sem-terra no país, principalmente
no Paraná.
Dom Chemello acusou o governo do Paraná de ser "conivente"
com as "barbaridades" cometidas
pela polícia contra os sem-terra no
Estado (despejos feitos durante a
noite, barracos incendiados, 41
presos, vários feridos e denúncias
de torturas e assassinatos).
"Você já entrou na Câmara, no
Senado e nas casas do governo em
Brasília? Isso não é o Brasil. Quem
está nesses ambientes às vezes não
se dá conta do que o povo está vivendo e não percebe a realidade
dos mais pobres", disse.
Anteontem, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara e a
Anistia Internacional acusaram o
governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL), de ter descumprido
acordo feito no início de abril, pelo
qual a desocupação de fazendas invadidas seria feita durante o dia.
Reportagem levada ao ar quarta-feira pelo "Jornal Nacional" mostrou três operações de desocupação realizadas de madrugada, nos
dias 7, 21 e 23 de maio.
Em nota, a CNBB cobrou medidas para conter a violência no campo e a implantação de uma reforma agrária "ampla e integral".
Dom Chemello criticou o governo por destinar recursos para salvar "bancos falidos", enquanto retira de hospitais e faculdades católicas a isenção de contribuições,
concedida às filantrópicas.
O presidente da CNBB disse que
não quer ser oposição ao governo,
mas apenas cobrar ações em favor
das populações mais carentes.
"Às vezes me pergunto se os assessores do presidente não mostram a ele as coisas como realmente são. Talvez as brigas entre ministros e outros elementos que estão
em jogo para o governo atrapalhem o presidente", disse.
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