São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 2005

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PAINEL

Correndo por fora
É inversamente proporcional à sua exposição na mídia a movimentação que o vice-presidente José Alencar (PL-MG) vem fazendo nos últimos dias. Em suas conversas, com o capital, o trabalho e a caserna, Alencar articula um plano B para uma eventual saída de Lula.

E acelerando
Nas conversas com seus interlocutores, José Alencar informa que sua estratégia tem como pré-requisito deixar o PL, partido suspeito de ser um dos principais destinos do mensalão.

De olho na pizza
A direção do PP ainda aposta num acordão para salvar seus parlamentares envolvidos na denúncia de mensalão. As cartas na manga são as ligações de Marcos Valério com o PSDB e o PFL e a aproximação do escândalo com grandes empresas.

No mesmo saco
"Se todo mundo citado da base aliada tem culpa no cartório, então todo mundo do PFL e do PSDB citado também tem", diz um prócere do PP. Enquanto a estratégia é montada, o sacador João Cláudio Genu, ligado ao partido, curte longas férias.

O nome da crise
Na contramão da tese reinante na CUT e nos sindicatos de que haveria um "complô das elites", a "Revista Sem Terra", editada pelo MST, traz em sua edição de agosto capa com a inscrição "A crise do PT e do governo".

Nomes aos bois
A revista do MST tem uma entrevista com o sociólogo e dissidente petista Francisco de Oliveira e um editorial com críticas à política econômica, ao fisiologismo na composição da base aliada e à reforma ministerial.

Insone
Mário de Oliveira Filho disse aos amigos que abdicou de vez das horas de sono. Além de defender Edinho, o filho de Pelé, e o petista Henrique Pizzolato, o advogado está prestes a ganhar outro petista graúdo mergulhado em denúncias de má gestão.

Muito acordado
Na surdina, o ex-presidente do Banco Popular Ivan Guimarães se deu bem. Foi indicado conselheiro da Kepler Weber, gigante dos silos. Os donos da empresa, entre outros, são a Previ e o BB.

Abalo estrutural
A atuação de José Dirceu nos bastidores do PT é o estopim da explosão do Campo Majoritário, tendência hegemônica do partido. Ala do grupo considera inaceitável a tentativa do ex-ministro de ditar os rumos da sigla e condenar a investigação promovida por Tarso Genro.

Estrela no braço
Solidários a Tarso Genro, expoentes do Campo Majoritário devem lançar um manifesto em apoio ao ex-ministro dizendo que não há "condicionantes para a limpeza interna" do partido.

Vísceras à mostra
De um governista sobre a atual crise: "Não se pode dizer que o PT não tenha inovado: é a primeira vez que se vê chantagem às claras, caixa dois contabilizado e jabá com o devido recibo".

Vanguarda
Do deputado estadual Sidney Beraldo (PSDB-SP): "O PT se antecipou à lei e criou o financiamento público de campanha. Só que apenas para ele".

Delivery
A Polícia Federal tem em mãos uma lista que revela remetentes e destinatários nada ortodoxos de mimos comprados na Daslu.

Férias frustradas
Roberto Jefferson (PTB-RJ) teve de desistir da viagem que faria para Gramado (RS), onde imaginava que poderia ter alguns momentos de tranqüilidade. Diante do assédio que sofreu por parte da população e da imprensa, tomou um vôo ainda em Porto Alegre e voltou a Brasília.

TIROTEIO

Do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) sobre o presidente Lula ter dito que o Brasil deveria ter "180 milhões" de pessoas como o faxineiro Francisco Cavalcante, que devolveu uma mala com US$ 10 mil:
-O Brasil não precisava de 180 milhões de franciscos. Bastava um, justamente na Presidência da República.

CONTRAPONTO

As aparências enganam

O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), foi participar na sexta-feira passada de um encontro com moradores do bairro Ermelino Matarazzo, na zona leste da capital paulista, onde acabou reencontrando um dentista que ele não via há anos.
Pedro Petrere, 53, foi um dos que recepcionaram o tucano no ginásio de esportes da região. A reunião discutiu temas relativos ao bairro. Ele disse que conhecia Serra desde os anos 80.
Calvo como o prefeito, Petrere se parece com o empresário Marcos Valério, o que lhe rendeu muitas gozações desde a entrada em cena do pivô do escândalo do "mensalão".
Valério, junto do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, é investigado pela CPI dos Correios.
Assim que avistou o dentista, Serra fez cara de espanto. Em seguida, abriu um sorriso e disse:
-É melhor você tomar cuidado para não ser preso!


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