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MOVIMENTOS SOCIAIS
Dia do Trabalhador Rural tem manifestações pelo país; CUT e MST protestam contra corrupção e protegem presidente
Crise é grave e governo Lula já acabou, diz Stedile
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
DA AGÊNCIA FOLHA
O coordenador nacional do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João
Pedro Stedile disse ontem que o
governo Lula "já acabou".
Durante passeata de cerca de
300 trabalhadores rurais e integrantes de movimentos sociais
urbanos em Curitiba (PR), Stedile disse, em entrevista, que "basta ler as notícias dos jornais" para constatar o fim do governo.
Stedile afirmou também acreditar que o movimento de massas é capaz de tirar o país da crise
política e construir um novo
projeto de desenvolvimento.
Questionado se isso é possível
ainda no governo Lula, respondeu: "[Neste governo] Não vai
dar. Este já acabou".
Ele disse considerar que a crise
"é grave e será prolongada". Stedile aponta a política econômica
como a causa de a população não
ter saído às ruas para manifestar
apoio ao governo petista. Para
ele, a apatia é justificável: "Se fosse um governo que realmente tivesse feito uma política popular,
o povo estaria na rua".
Stedile disse que a manifestação teve a intenção de "acordar a
população da apatia" para que
pressione pelas mudanças prometidas por Lula na campanha
eleitoral de 2002. A substituição
do presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, a queda dos
juros e "parar de investir só no
agronegócio" são os principais
pontos defendidos.
CUT e MST
A Coordenação dos Movimentos Sociais -liderada principalmente pela CUT (Central Única
dos Trabalhadores) e pelo
MST- organizou o movimento,
junto a uma série de manifestações pelo país contra a corrupção e por mudanças na política
econômica do governo federal.
Os protestos, que também comemoraram o Dia Nacional do
Trabalhador Rural, tiveram a
preocupação de preservar Lula.
"Não passa pela cabeça dos
movimentos sociais apoiar o impeachment do presidente. Pelo
contrário, eles estão dispostos a
sair para a rua para defender Lula", disse Paulo Farias, secretário
de Política Sindical da CUT gaúcha, que participou da manifestação de ontem no Estado.
Em Curitiba, os manifestantes
ficaram concentrados em frente
ao prédio do Ministério da Fazenda, na região central da cidade. No fim da passeata, o grupo
fechou o acesso à Superintendência da Receita Federal, onde
permaneceu por duas horas.
Hoje, está prevista uma manifestação em Maceió (AL), e amanhã, em Florianópolis (SC).
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