São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 2005

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MOVIMENTOS SOCIAIS

Dia do Trabalhador Rural tem manifestações pelo país; CUT e MST protestam contra corrupção e protegem presidente

Crise é grave e governo Lula já acabou, diz Stedile

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
DA AGÊNCIA FOLHA

O coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile disse ontem que o governo Lula "já acabou".
Durante passeata de cerca de 300 trabalhadores rurais e integrantes de movimentos sociais urbanos em Curitiba (PR), Stedile disse, em entrevista, que "basta ler as notícias dos jornais" para constatar o fim do governo.
Stedile afirmou também acreditar que o movimento de massas é capaz de tirar o país da crise política e construir um novo projeto de desenvolvimento. Questionado se isso é possível ainda no governo Lula, respondeu: "[Neste governo] Não vai dar. Este já acabou".
Ele disse considerar que a crise "é grave e será prolongada". Stedile aponta a política econômica como a causa de a população não ter saído às ruas para manifestar apoio ao governo petista. Para ele, a apatia é justificável: "Se fosse um governo que realmente tivesse feito uma política popular, o povo estaria na rua".
Stedile disse que a manifestação teve a intenção de "acordar a população da apatia" para que pressione pelas mudanças prometidas por Lula na campanha eleitoral de 2002. A substituição do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a queda dos juros e "parar de investir só no agronegócio" são os principais pontos defendidos.

CUT e MST
A Coordenação dos Movimentos Sociais -liderada principalmente pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e pelo MST- organizou o movimento, junto a uma série de manifestações pelo país contra a corrupção e por mudanças na política econômica do governo federal.
Os protestos, que também comemoraram o Dia Nacional do Trabalhador Rural, tiveram a preocupação de preservar Lula.
"Não passa pela cabeça dos movimentos sociais apoiar o impeachment do presidente. Pelo contrário, eles estão dispostos a sair para a rua para defender Lula", disse Paulo Farias, secretário de Política Sindical da CUT gaúcha, que participou da manifestação de ontem no Estado.
Em Curitiba, os manifestantes ficaram concentrados em frente ao prédio do Ministério da Fazenda, na região central da cidade. No fim da passeata, o grupo fechou o acesso à Superintendência da Receita Federal, onde permaneceu por duas horas.
Hoje, está prevista uma manifestação em Maceió (AL), e amanhã, em Florianópolis (SC).


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