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Ex-mulher de Emerson Kapaz confirma ter recebido depósito atribuído à Planam
DA REPORTAGEM LOCAL
Presidente do Etco (Instituto
Brasileiro de Ética Concorrencial), o empresário e ex-deputado Emerson Kapaz aparece entre os investigados pela CPI dos
Sanguessugas. Seu nome está
na lista divulgada pela revista
"Veja" e confirmada na segunda-feira pela CPI.
Segundo versão do empresário Luiz Antônio Vedoin publicada pela "Veja", Kapaz teria
indicado cinco contas para depósito da comissão cobrada pela liberação de suas emendas.
Entre as contas, estaria a de sua
ex-mulher, Laura Hosiasson.
Ontem, em entrevista gravada pela Folha, Laura confirmou a existência do depósito
atribuído à empresa Planam.
Dizendo que não está preparada para falar sobre o assunto -
"Ainda estou caindo em mim"
- ela afirmou, num primeiro
momento, que "pelo visto, houve o depósito".
Depois, ao responder o porquê da expressão "pelo visto",
foi mais explícita: "Porque você
e eu sabemos que houve. Se
não, você não estaria me telefonando e eu não estaria tão chateada, dizendo que isso aí está
transtornando as coisas. Houve esse depósito. Tá bom?",
reagiu ela, pedindo uma semana para dar detalhes.
Professora de Literatura pela
USP, Laura disse, porém, que
ainda não sabe o valor. "Não
sei. Não deve ser muito alto.
Não sei mesmo", disse ela.
Autor dessas emendas apenas em seu último ano de mandato (2002), Kapaz deverá divulgar hoje uma nota para contestar a versão segundo a qual
seria contemplado com R$ 52
mil como comissão por R$ 1
milhão destinado à compra de
ambulâncias. Ele nega ter sido
beneficiado com dois cheques
da fornecedora de ambulância.
Procurado pela Folha, ele
reclama de não ter conhecimento do teor do depoimento,
porque o processo é sigiloso, e
diz que está reunindo material
para sua defesa. Por isso, ainda
não se manifestou.
Para subsidiar sua defesa,
Kapaz prepara, por exemplo,
uma análise da execução das 12
emendas apresentadas em
2002. Dessas, só seis teriam sido liquidadas (recebido autorização para o pagamento).
Em suas conversas, Kapaz
admite ter sido apresentado a
Darci Vendoin, dono da Planam e pai de Luiz Antônio, pelo
então chefe de gabinete, no seu
último ano de mandato. Mas
nega qualquer envolvimento
em esquema de corrupção.
(CATIA SEABRA)
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