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Conselho Nacional do Café doou
além do permitido nas eleições
Entre os candidatos beneficiados, dois ocuparam postos de direção no órgão
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com um "faturamento zero", segundo seu presidente, Gilson Ximenes, o CNC
(Conselho Nacional do Café)
doou R$ 286 mil a cinco deputados federais e um senador em
2006. O repasse foi possível
graças a uma triangulação: o
CNC recebeu de cooperativas
de cafeicultores e passou o dinheiro para os candidatos. Dois
deles ocuparam cargos na diretoria do CNC nos últimos anos.
"São recursos marcados", explicou Ximenes, em entrevista
à Folha (leia texto à parte). Ele
não era o presidente do CNC
na época das doações.
Na campanha de 2006, o
CNC doou R$ 93 mil para o deputado Silas Brasileiro
(PMDB-MG), R$ 80 mil para
Geraldo Thadeu (PPS-MG),
R$ 43 mil para Carlos Melles
(DEM-MG), ex-ministro dos
Esportes, R$ 30 mil para Nogueira (PSDB-SP), R$ 30 mil
para Odair Cunha (PT-MG) e
R$ 10 mil para o senador Renato Casagrande (PSB-ES).
Atendendo um pedido do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a Procuradoria Regional
da República e a Receita Federal analisaram dados financeiros do CNC -junto com outros
2.500 doadores em São Paulo-
e concluíram que ele não obedeceu ao teto imposto pelo Código Eleitoral, de 2% do faturamento bruto do ano anterior à
eleição, 2005.
O procurador regional eleitoral de São Paulo, Luiz Gonçalves, representou contra o
CNC no TRE (Tribunal Regional Eleitoral). A entidade se defendeu no tribunal.
Presidente de honra do CNC,
Melles, disse por telefone, na
sexta-feira, que não tinha como
conferir se a doação que ele recebeu "veio ou não do pool das
cooperativas" de café. Disse
que "milita no sistema cooperativo há mais de 20 anos".
Silas Brasileiro foi diretor-executivo do CNC em 2007. Licenciou-se do mandato entre
dezembro de 2004 e fevereiro
de 2005 para assumir a Secretaria de Agricultura de Minas
Gerais. Procurado há duas semanas, não foi localizado.
Entidade que congrega empresários, a NTC (Associação
Nacional de Transporte de
Cargas e Logística), doou R$
215 mil para seis candidatos,
embora tenha faturado R$ 5
milhões em 2005. Justificou-se
dizendo que o limite (R$ 100
mil) vale para cada Estado.
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