São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 2002

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Bate e volta
Ciro Gomes (PPS) vai fazer uma curta viagem de três dias a Portugal, Espanha e França, no início de setembro. O candidato do PPS deixará de lado sua campanha no Brasil para reunir-se com os primeiros-ministros Durão Barroso, José Maria Aznar e Jean-Pierre Raffarin.

Repercussão interna
Ciro quer utilizar a viagem para passar uma imagem de "estadista" na campanha. A equipe do presidenciável diz que o ideal teria sido fazer o périplo no primeiro semestre mas, como ele ainda não havia subido nas pesquisas, dificilmente seria recebido pelos líderes europeus.

Mal das pernas
A cúpula do PT está preocupado com o desempenho do partido nos quatro principais colégios eleitorais. Genoino (SP), Benedita (RJ), Nilmário Miranda (MG) e Jaques Wagner (BA) não deslancham nas pesquisas e têm chances reduzidíssimas de chegar ao segundo turno.

Morder a língua
Além Lula ficar sem palanque forte no segundo turno nos quatro principais colégios eleitorais, o fraco desempenho do PT em SP, RJ, MG e BA pode fazer com que a bancada do PT no Congresso saia menor das urnas do que a atual. Eleito, Lula terá de "compor" ainda mais que FHC em nome da governabilidade.

UTI tucana
O clima é de tensão no núcleo do PSDB. Os próximos 15 dias são considerados decisivos para o futuro de Serra. Se o presidenciável tucano não começar a subir nas pesquisas, seus aliados pensam que só um milagre o colocará no segundo turno.

Últimas balas
Serra está usando todas as armas que dispõe para atingir a imagem de Ciro. Bateu no seu temperamento, na "colloração" de seus aliados e até na sua suposta "falta de equilíbrio" para cuidar da economia. O problema é que ninguém sabe o que fazer se nada disso adiantar.

Ação trabalhista
O sistema financeiro é o empregador com maior número de processos no TST. Segundo relatório interno do tribunal, os bancos figuraram em 22,42% dos processos, ou 17.929 casos. Os maiores bancos são os campeões. O Bradesco aparece em 1.200 ações, e o Itaú, em 500.

Linha de produção
Os outros setores com maior número de ações no TST são a indústria e a administração pública. Em 2001 foram julgados 14.731 processos de litígios de empregadores e trabalhadores do setor industrial, ou 18,4% do total, e 14.092 processos do setor público (17,6% do total).

Discurso e prática
O showmício de Lula e Zeca do PT em Campo Grande (MS), na semana passada, com a dupla Zezé di Camargo e Luciano, atraiu todo tipo de eleitor: oito carros foram furtados durante o evento. A segurança pública é prioridade do governador do MS, candidato à reeleição.

Cotovelada interna
O PTB quer tirar Lúcio Gomes do núcleo da campanha de Ciro (PPS). Os petebistas reclamam que o irmão do presidenciável é "grosso, mal humorado e não atende ninguém". Com esse estilo, estaria afugentando financiadores de campanha.

Firma reconhecida
A Fundação Abrinq lançará na quinta uma plataforma para os candidatos à Presidência para a infância e a adolescência. Eles só serão considerados "amigos da criança" caso se comprometam a cumprir metas, como reduzir em 33% o índice de mortalidade infantil em seu governo.

No papel
As metas sugeridas pela Abrinq, que já foram acordadas entre o país e a ONU, também incluem a redução, em um terço, do número de famílias sem acesso a saneamento e a água potável (24% e 13%, respectivamente, da população brasileira, segundo dados de 2000).

TIROTEIO

De Guido Mantega, assessor econômico de Lula, sobre Ciro:
- Ciro cria ambiguidades cada vez que abre a boca. É um candidato de direita que tenta passar a imagem de esquerda, por isso perde credibilidade. Pode se ajoelhar na praça dos Três Poderes e fazer promessas que ninguém acreditará.

CONTRAPONTO

Sopa de letrinhas

Ciro Gomes, candidato da Frente Trabalhista à Presidência, esteve no início do mês na BA, onde recebeu o apoio de Antonio Carlos Magalhães.
Logo na chegada ao aeroporto, Ciro deu uma entrevista coletiva, na qual teve de responder perguntas sobre o descontentamento de políticos da Frente na Bahia com sua aliança a ACM.
Ciro explicou que teria dois palanques no Estado: o da Frente e o da coligação de ACM.
- Qual é mesmo o nome de sua coligação? -perguntou Ciro a ACM.
- ACM -apressou-se em responder o governador Otto Alencar (PL).
Ciro não entendeu, e Alencar explicou:
- Coligação ACM: Ação, Competência e Moralidade. Mas o que importa não é a coligação, é o partido. Somos todos do PCB: o Partido dos Carlistas da Bahia!



Próximo Texto: Entrevista de 2ª: Consultor do BID defende modernização do centro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.