São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2003 |
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NOVA PAMPULHA Governador quer construir "maior obra arquitetônica de Minas Gerais nos últimos 50 anos" Aécio procura Niemeyer para repetir JK
MURILO FIUZA DE MELO DA SUCURSAL DO RIO Rigoroso ao tratar com o governo federal da situação de "pré-insolvência" dos Estados e municípios, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), quer ser lembrado como uma espécie de herdeiro do ex-presidente Juscelino Kubistchek (1956-1961), mesmo que isso possa aumentar os gastos do Tesouro mineiro. "JK dizia que se deve governar com os olhos no futuro e não com a visão imediatista dos nossos governos. Precisamos ousar", diz Aécio, que ontem se reuniu no Rio com o arquiteto Oscar Niemeyer, responsável pelos principais projetos de JK, para discutir o que considera "a maior obra arquitetônica de Minas Gerais nos últimos 50 anos": a construção de um novo centro administrativo para o governo de Minas. O centro abrigaria todas as secretarias estaduais, hoje espalhadas pela capital mineira. O governador não tem idéia do preço da obra: "Isso vai depender do projeto [de Niemeyer]". Aécio afirma que a fonte dos recursos já foi encontrada. O dinheiro, disse, virá da venda do patrimônio estadual em Minas e em outros Estados, como Rio e São Paulo. O levantamento desse patrimônio ainda não foi concluído. O governador mineiro diz que o projeto é resultado de uma parceria entre Estado e empresas privadas. "É uma obra de grande repercussão. O dr. Oscar Niemeyer dizia que começou a sua Brasília em Minas Gerais, com a Pampulha. Hoje, na verdade, ele conclui sua grande obra em Minas nos deixando um centro administrativo que será referência para a América Latina." O novo centro administrativo ocupará uma área de 600 mil m2 de um aeroclube na região noroeste de Belo Horizonte (o prédio ocuparia metade da área). Com o novo centro administrativo, os prédios históricos ocupados pelo governo do Estado, principalmente na praça da Liberdade, no centro da cidade, seriam transformados em centros culturais, com restaurantes, teatros e cinemas. Aécio diz que é preciso ser rigoroso com a gestão dos recursos, mas com ousadia. Nos oito meses de governo, diz ter reduzido em R$ 1 bilhão o déficit público de Minas, que no início do ano era de R$ 2,4 bilhões. Fez uma reforma administrativa, reduzindo o número de secretarias de 24 para 15. O lado fiscalista não atrapalha o lado desenvolvimentista, inspirado em JK. Na mesa do governador, há 13 megaprojetos que pretende tirar do papel até o fim do mandato, no valor de R$ 34 bilhões, dos quais R$ 4 bilhões viriam do Tesouro estadual e o resto da iniciativa privada e de empresas públicas mineiras e da União. Texto Anterior: Cresce desconfiança entre Estados e Planalto Próximo Texto: Bico na reforma: PSDB critica "correria" de Lula na tributária Índice |
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