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SERVIDORES
Órgão do TJ determina desconto dos dias parados
Judiciário paulista vai continuar a greve que já dura quase dois meses
UIRÁ MACHADO
DA REDAÇÃO
Os servidores do Judiciário
paulista vão continuar a greve
-que já dura 59 dias- pelo menos até o dia 8 de setembro. A decisão foi tomada em assembléia
realizada ontem, às 14h, na praça
João Mendes (região central). A
principal reivindicação é a reposição salarial de 39,19%.
Ontem, o presidente do TJ (Tribunal de Justiça), Luiz Elias Tâmbara, afirmou que vai manter sua
proposta de aumento médio de
10% aos servidores. Além disso,
sua assessoria informou que o órgão especial do TJ determinou o
desconto dos dias parados.
Nesses quase dois meses de greve, cerca de 12 milhões de processos estão parados em todo o Estado. Para o presidente da OAB-SP,
Luiz Flávio Borges D'Urso, a situação é "trágica" e demorará
anos para ser normalizada.
"Em São Paulo, acabou a Justiça. Esse é o diagnóstico. O caos se
avizinha e a sociedade sai perdendo muito", afirmou D'Urso.
O presidente da OAB também
disse que vai recorrer da decisão
que cassou a medida liminar proferida pela Justiça Federal, que determinava a cobrança de multa
diária de R$ 50 mil das entidades
líderes da greve.
O presidente em exercício da
Associação dos Advogados de
São Paulo, José Diogo Bastos Neto, afirmou que "a cada dia que
passa, o drama aumenta" e que "o
prejuízo é geral". Bastos Neto
também destacou o prejuízo dos
próprios advogados.
"Quem mais sofre são os advogados que trabalham por conta
própria e ganham pouco. Por
exemplo, os cerca de 40 mil do
convênio de assistência judiciária
recebem pela participação em
processos. Muitos estão há quase
60 dias sem receber", disse.
Greve de fome
Servidores do Judiciário em
Bauru (343 km a noroeste de São
Paulo) retiraram equipamentos
como computadores e impressoras do fórum da comarca.
"Retiramos 35 computadores,
15 impressoras, três armários, 35
cadeiras e três ventiladores, todos
de propriedade dos próprios funcionários", disse José Almeida
Falcão, escrevente técnico judiciário. Ele e a mulher, Luciana Dias
Duarte, oficial de Justiça, estão em
greve de fome desde segunda.
Colaborou a Agência Folha
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