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JUDICIÁRIO/OUTRO LADO
Presidente do TRT de São Paulo escreve a amigos e familiares para refutar denúncias contra si
Em carta, juíza se diz vítima de injustiças
DA REPORTAGEM LOCAL
Em carta destinada a familiares
e amigos, a presidente do TRT
(Tribunal Regional do Trabalho)
de São Paulo, Maria Aparecida
Pellegrina, afirmou ser vítima de
"injustiças" e de "abusos" e pede
ao Ministério Público, autor das
denúncias contra ela, que "coloque a mão na consciência".
"Há mais de 25 anos na magistratura, nunca -nem no mais
terrível pesadelo- imaginei que
a Justiça, sacerdócio ao qual dediquei minha vida e minha alma, reservasse tão amargo capítulo, justo agora que julgava cumprida
minha missão", escreveu a juíza.
Procurada ontem pela reportagem, sua assessoria de imprensa
disse que Pellegrina não iria se
manifestar. Informou apenas que
a licitação obedeceu rigorosamente aos trâmites legais.
Na carta manuscrita, obtida pela Folha, a magistrada faz um
"alerta". "É chegado o momento
de que o Ministério Público, de
posse da elevada missão outorgada pela Constituição Federal, coloque a mão na consciência".
Pellegrina disse que irá rebater
todas as acusações na Justiça e
processar os que a acusaram.
"Não farei o que fizeram comigo. Levá-los-ei a julgamento, no
tempo certo, no foro adequado.
Não no juízo das páginas de jornal
ou dos noticiários noturnos."
O advogado Gian Francesco Genoso, do escritório Arruda Alvim
e Thereza Alvim Advocacia, disse
que irá recorrer na Justiça. "A decisão é violenta e inexplicável."
A assessoria de imprensa do
TRT paulista afirmou ontem que
os quatro funcionários também
citados na decisão judicial não tinham interesse em conversar
com a reportagem. Procurados
em suas respectivas casas, eles
não foram localizados.
O advogado de Plínio Noronha
e da empresa Informov, Paulo
Bondadies, declarou que, até
amanhã, também entrará com recurso contra a decisão da juíza
substituta.
"Afinal, o que foi superfaturado? A juíza determina o bloqueio
de bens, mas não fala em momento algum de quanto foi o prejuízo.
Isso porque não houve prejuízo
algum", afirmou Bondadies.
Segundo ele, ao abrir edital para
a convocação de empresas, o tribunal planejava gastar R$ 5,5 milhões na aquisição de "solução
completa para ambiente de trabalho". "Mas o contrato foi fechado
por R$ 3,79 milhões, ou seja, o tribunal economizou. Onde está o
superfaturamento?", perguntou.
O advogado afirmou ainda que
a empresa Claumatt foi contratada pela Informov e que não há irregularidade nisso. "O edital não
pedia que a empresa fosse fabricante de móveis", disse.
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