São Paulo, Quinta-feira, 26 de Agosto de 1999
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PAINEL

Voz enrouquecida

Baseado em pesquisa de opinião, FHC baixou o tom dos ataques à "Marcha dos 100 Mil". Não pegou bem qualificar os manifestantes de "golpistas".


Tudo pela causa

Na falta de coisa melhor para dizer, Arthur Virgílio (PSDB-AM) ofereceu-se para discursar em defesa do governo na "Marcha dos 100 Mil". Corre um risco concreto, com cheiro de tomate e cor de ovo estragado.

Ponto obrigatório

Roriz (PMDB) desencorajou o funcionalismo de Brasília a engrossar a marcha. Quem não trabalhar ganhará falta.

Onde sempre esteve

Mesmo que Itamar não compareça à marcha, os organizadores já estarão agradecidos pelos 420 ônibus mobilizados, graças ao uso da máquina em favor do movimento.

Lealdade indulgente

Geddel desculpou-se com os deputados que substituiu de última hora na Comissão de Constituição e Justiça. Eles votariam com os ruralistas. O líder do PMDB disse que, se não fizesse a troca, seria responsabilizado em caso de derrota oficial.

Na contramão
O PL também trocou um membro da CCJ. Só que pelo motivo oposto. Eujácio Simões (BA), da turma carlista, dispunha-se a votar com o governo.

Homens de visão

Para entrar no PTB, César Maia deu a Roberto Jefferson -dono do partido no Rio- o controle financeiro de sua campanha, no ano que vem, para a prefeitura carioca. Jefferson foi um dos líderes da tropa de choque collorida na CPI do PC.

Trocando as bolas

De Osmar Dias (PSDB-PA), sobre o governador Jaime Lerner (PFL), que chamou FHC de "estadista" e disse que o desgaste do presidente deve-se às medidas bastante duras que ele tomou: "No momento em que o governo está errando, é melhor alertar do que bajular".

Era só política

O Senado se recusou a discutir os empréstimos do Bird a Covas, alegando ter parecer contrário do BC. Pois bem: a Comissão de Assuntos Econômicos está analisando pedido semelhante do Rio de Janeiro. Resta saber o que fará com o da Bahia, que está a caminho.

O quase óbvio

Um único temor de FHC com a "Marcha dos 100 Mil": o de que provocadores tentem invadir edifícios públicos e entrem em atrito com a polícia. A violência daria aos manifestantes simpatias em setores que eles por enquanto não têm.

Palácio de Inverno

De FHC, ontem a um interlocutor: "Tudo bem, eles vão fazer uma marcha. E no outro dia, vão fazer o quê?"

Peso-pena
Roberto Mangabeira Unger assina amanhã, em São Paulo, a sua filiação ao PPS de Ciro.

Fogo apagado

Roberto Magalhães (PFL) esteve ontem no lançamento de um livro em Brasília. Estava desarmado, como conferiram Fernando Bezerra (Integração Nacional) e Inocêncio (PFL) .

Protesto silencioso

O Núcleo de Estudos da Violência da USP reuniu 21 entidades, partidos ou ONGs de direitos humanos e lançou manifesto de repúdio à absolvição dos implicados no massacre de Eldorado do Carajás.

Sem saída
Após ouvir tantos nãos dos partidos que procurou, Pitta está mudando de discurso. Seus auxiliares mais próximos dizem agora que ele não faz questão de disputar a eleição de 2000.

Rosa dos ventos

No papel de noiva em potencial para a campanha de 2000, o PDT paulista está atirando para todos os lados: flertou na semana passada com Erundina (PSB), jantou na terça com Marta (PT) e ontem tomou café da manhã com o PL.

TIROTEIO

De Waldemir Moka (PMDB-MS), em reunião da Comissão de Agricultura, sobre Geddel Vieira Lima, líder peemedebista que trocou membros da sigla da Comissão de Constituição e Justiça para garantir a vitória do governo contra os ruralistas:
-O Geddel estuprou o PMDB publicamente.

CONTRAPONTO
Na boca do leão
O presidente Fernando Henrique Cardoso esteve no Acre, sexta-feira passada, pela primeira vez em seus dois mandatos.
O governador Jorge Viana, que é do PT, armou uma recepção das mais festivas ao presidente, deixando contrariados os setores de seu partido que defendem uma oposição mais radical ao governo FHC.
Anteontem, o senador Paulo Hartung (PSDB-ES) cruzou-se com os senadores Tião Viana (PT-AC) e Heloísa Helena (PT-AL), nos corredores do Congresso, e resolveu provocar.
Dirigindo-se a Tião Viana, que é irmão do governador, elogiou a recepção dada ao presidente, para ressalvar em seguida:
- Mas não precisava exagerar, não é Tião?
Heloísa Helena, considerada uma das petistas mais radicais do Congresso, reagiu de imediato, como esperava Hartung:
- Eu não disse, Tião!!!? Eu não disse!!!?
Hartung saiu de fininho, deixando Tião Viana entregue à própria sorte.


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