São Paulo, Quinta-feira, 26 de Agosto de 1999
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PROTESTO
Senador usa tom ameaçador; presidente evita se manifestar
"Tudo pode acontecer" se houver violência, diz ACM

da Sucursal de Brasília


O presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse ontem que "tudo pode acontecer" se a "Marcha dos 100 Mil", que chega hoje à Esplanada dos Ministérios, não for pacífica.
"Acredito que haja o propósito de fazer uma manifestação democrática. É natural. Evidentemente, se passar disso, tudo pode acontecer, o que não é bom, principalmente para as oposições", disse o senador.
Questionado sobre a possibilidade de manifestantes entrarem no Congresso, ACM disse: "Ninguém pode entrar na casa de ninguém sem ordem. Nem eu na sua nem você na minha, que dirá no Congresso".
ACM participou ontem de manhã, ao lado do presidente Fernando Henrique Cardoso, de solenidade comemorativa do Dia do Soldado, no quartel-general do Exército, localizado no Setor Militar Urbano.
Mais tarde, no Congresso, ACM criticou o fato de uma das bandeiras de parte dos integrantes da marcha ser o impeachment do presidente FHC.
"O presidente não vai dialogar, até porque não tem assunto para conversar. Ele vai dialogar sobre a renúncia dele?", ironizou ACM em relação a um dos pedidos dos manifestantes -o mais defendido pelo PDT de Leonel Brizola.
Diferentemente dos dias anteriores, quando criticou o que os aliados do governo chamaram de golpismo proposto pela oposição, FHC não fez nenhum comentário relativo à marcha pessoalmente. A única expressão do Palácio do Planalto foi uma nota lida pelo porta-voz da Presidência, Georges Lamazière.
Na ordem do dia relativa ao Dia do Soldado, o comandante do Exército, general Gleuber Vieira, elogia os soldados que combateram "ideologias extremadas e antidemocráticas, no país e fora dele, muitas vezes doando o sangue em dolorosas lutas".
"Você que, cessado o combate, distante do emocional e alheio às paixões, sem ódio e sem rancor, restabelecida a paz, com ela vive o perdão e o esquecimento, confiante no resgate da verdadeira visão histórica dos fatos e, sobretudo, com a consciência tranquila pelo dever bem cumprido", acrescentou o general.


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