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PROTESTO
Senador usa tom ameaçador; presidente evita se manifestar
"Tudo pode acontecer" se
houver violência, diz ACM
da Sucursal de Brasília
O presidente do
Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
disse ontem que
"tudo pode acontecer" se a "Marcha dos 100 Mil",
que chega hoje à Esplanada dos
Ministérios, não for pacífica.
"Acredito que haja o propósito
de fazer uma manifestação democrática. É natural. Evidentemente,
se passar disso, tudo pode acontecer, o que não é bom, principalmente para as oposições", disse o
senador.
Questionado sobre a possibilidade de manifestantes entrarem
no Congresso, ACM disse: "Ninguém pode entrar na casa de ninguém sem ordem. Nem eu na sua
nem você na minha, que dirá no
Congresso".
ACM participou ontem de manhã, ao lado do presidente Fernando Henrique Cardoso, de solenidade comemorativa do Dia
do Soldado, no quartel-general do
Exército, localizado no Setor Militar Urbano.
Mais tarde, no Congresso, ACM
criticou o fato de uma das bandeiras de parte dos integrantes da
marcha ser o impeachment do
presidente FHC.
"O presidente não vai dialogar,
até porque não tem assunto para
conversar. Ele vai dialogar sobre a
renúncia dele?", ironizou ACM
em relação a um dos pedidos dos
manifestantes -o mais defendido pelo PDT de Leonel Brizola.
Diferentemente dos dias anteriores, quando criticou o que os
aliados do governo chamaram de
golpismo proposto pela oposição,
FHC não fez nenhum comentário
relativo à marcha pessoalmente.
A única expressão do Palácio do
Planalto foi uma nota lida pelo
porta-voz da Presidência, Georges Lamazière.
Na ordem do dia relativa ao Dia
do Soldado, o comandante do
Exército, general Gleuber Vieira,
elogia os soldados que combateram "ideologias extremadas e antidemocráticas, no país e fora dele, muitas vezes doando o sangue
em dolorosas lutas".
"Você que, cessado o combate,
distante do emocional e alheio às
paixões, sem ódio e sem rancor,
restabelecida a paz, com ela vive o
perdão e o esquecimento, confiante no resgate da verdadeira visão histórica dos fatos e, sobretudo, com a consciência tranquila
pelo dever bem cumprido",
acrescentou o general.
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