São Paulo, Domingo, 26 de Setembro de 1999
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Os nomes do grampo na sede do BNDES

da Sucursal do Rio

Temílson Antônio Barreto Resende -
Acusado por Célio de ter participado do grampo e de tê-lo convidado para a operação. Teria feito o trabalho de edição das fitas. Ele nega a acusação.
Segundo-tenente da reserva do Exército, trabalhou no extinto SNI (Serviço Nacional de Informação) e na Polícia Federal. Analista de informações da Subsecretaria de Inteligência Militar (SSI) no Rio, é conhecido como Telmo. A Justiça decretou sua prisão.

Adílson Alcântara de Matos -
Acusado por Waldeci Alves de Oliveira e Célio Arêas da Rocha de ter participado do grampo no BNDES. Está indiciado e escondido. Disse à Folha que decidiu "sumir" para preservar a família. Ex-agente do Cenimar (Centro de Informações da Marinha). Dono de um escritório de investigação que trabalha com contra-espionagem industrial. Confirma que é amigo de Telmo, mas nega conhecer Célio.

Célio Arêas da Rocha -
Ex-agente do SNI, expulso da Polícia Federal no início dos anos 90 por extorsão. Entregou à Justiça no dia 16 um dossiê em que aponta Temílson, Adílson e João Guilherme de Almeida como participantes do grampo no BNDES. Em troca, quer o perdão da Justiça caso seja comprovada a sua participação no grampo.

Waldeci Alves de Oliveira -
Funcionário da antiga Telerj entre 1979 e 1986, dono da Central WN de Telecomunicações em sociedade com a ex-mulher de Adílson, Jacqueline Xavier Gerhardt.
Confirmou em depoimento na PF que foi procurado em dezembro de 1997 por Adílson para que fizesse o grampo no BNDES. Diz que recusou.

Divany Carvalho Barros -
Apontado no dossiê como sócio de Temílson, o que nega. Major reformado do Exército, ex-instrutor do DOI/CODI e do SNI.

João Guilherme de Almeida -
Acusado de participar da operação de grampo. Indiciado por falso testemunho.
Coordenador da Subsecretaria de Inteligência no Rio, informou, em agosto de 98, ao general Alberto Cardoso, da Casa Militar, a existência de gravações.

Paulo Renaud -
Engenheiro eletrônico, hipnoterapeuta, dono até o ano passado da Renaud Engenharia e Sistemas, que projetava e fabricava equipamentos de grampo para telefonia celular. Apontado por Célio como o primeiro a revelar os nomes que teriam participado do grampo no BNDES. Ele nega.

Nelsino Drozczak -
Engenheiro civil, apontado por Célio como sócio de Telmo. Participou do encontro com Célio no Rio gravado pela Secretaria de Inteligência Militar. Seu irmão, Egberto da Silva, o Beto, também citado no dossiê entregue por Célio ao general Cardoso, diz que atualmente Nelsino trabalha numa firma de limpeza, mas que "esporadicamente" realiza trabalhos de "defesa" (rastreamento para identificar telefones grampeados).

Maurício Garcia -
Coronel da reserva do Exército (2ª Seção, de Inteligência), deputado federal pelo PSDB-RJ. Diz que informou, no início de novembro de 98, o general Cardoso sobre os envolvidos no grampo.

General Alberto Cardoso -
Chefe da Casa Militar da Presidência da República, soube do grampo em agosto de 98. Recebeu Célio Rocha em Brasília em 17 de agosto e autorizou a Secretaria de Inteligência Militar a gravar um encontro no Rio, no dia 26 de agosto, de Célio com Telmo e o engenheiro Nelsino Drozczak.

José Armando de Aguiar Carrazedo Taddei -
Chefe do Departamento de Administração Predial do BNDES e síndico do prédio. Acusado por Célio de ter facilitado o grampo. Em entrevista à Folha, negou a acusação e disse que não conhece Temílson. Diz conhecer João Guilherme.


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