São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2004

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OUTRO LADO

Executivo nega ilegalidades

DA FOLHA RIBEIRÃO
DO ENVIADO ESPECIAL A RIBEIRÃO

Rogério Buratti diz, em carta enviada à Folha ontem, que não atua em cargos públicos desde 1998 e que todas as suas atividades profissionais foram realizadas legalmente. O executivo nega ter "relações privilegiadas" com qualquer esfera de governo e diz que as investigações do Ministério Público "não comprovam sequer um ato meu que represente e prove tráfico de influência".
Na sexta-feira, o advogado do executivo, Roberto Telhada, também disse que nenhuma irregularidade foi apontada pelas investigações. "Até agora todas as investigações não levaram a nada".
Desde a primeira vez que o nome de Buratti foi relacionado ao caso Waldomiro Diniz, em março, a Folha pede uma entrevista para que ele se posicione sobre as denúncias. Ele nunca aceitou falar com a reportagem -também não deu nenhuma entrevista a outros órgãos de imprensa, com exceção de um programa de rádio de Ribeirão Preto, em março.
Como na nota em que divulgou à época, Buratti diz na carta que atuou na Leão Leão, de 1999 a abril de 2004. "Neste período não intermediei contratos, como querem dizer". Ele diz que "todo funcionário de qualquer empresa do mundo tem a obrigação de, dentro da lei, buscar o crescimento da empresa, e é isso que [eu] fazia".
Ele diz que, no período em que trabalhou na Leão Leão, ganhava cerca de R$ 550 mil anuais, renda, segundo Buratti, que "possibilitou a constituição legal do meu patrimônio privado que é hoje vilipendiado publicamente como sendo fruto de ações ilegais".
Em outra nota, Buratti fez comentários sobre o caso Waldomiro Diniz. "Conforme já esclareci inúmeras vezes, não conheço, nem tive qualquer contato com o sr. Waldomiro Diniz. Portanto, é óbvio que não fui indicado por ele para a reunião na GTech." Diz ainda a nota: "Reafirmo que fui consultado pela empresa, por indicação do advogado da GTech, Enrico Gianelli. Porém, não aceitei o serviço".
A Folha voltou a pedir uma entrevista com Buratti na semana passada. Telhada disse que Buratti estava em viagem para outro Estado.
A assessoria de comunicação da empresa Leão Leão confirmou, na última sexta-feira, ter enviado o ofício ao Ministério Público em 10 de maio, para esclarecer os promotores. A empresa informou que entrou no Refis, o programa de refinanciamento de dívidas do governo federal, em junho de 2000, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Não informou o valor, prazos e condições do refinanciamento e se, durante o governo Lula, houve uma nova negociação. De acordo com a empresa, a função de Buratti junto a governos e órgãos públicos começou no ano 2000. (RP e RV)


Colabourou a Reportagem Local


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