São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2005

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Nogueira recusa rótulo de afilhado de Severino

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Principal aliado de Severino Cavalcanti (PP-PE) nos últimos meses, o deputado Ciro Nogueira (PP-PI), 36, recusa o rótulo de que será o candidato do ex-presidente da Câmara, apesar de não rejeitar o "espólio severinista", que reúne um numeroso grupo de apoiadores no baixo clero da Câmara.
"Ciro é Ciro, Severino é Severino", disse o deputado, que é corregedor da Câmara e está em seu terceiro mandato consecutivo. Nesse período, atuou como integrante da "bancada da bola", durante a CPI que investigou corrupção no futebol, e também se notabilizou por contratar parentes para seu gabinete. (RB)
 

Folha - Por que o sr. se lançou candidato?
Ciro Nogueira -
Porque estamos defendendo um perfil de centro, que não tenha carimbo nem de governo nem de oposição.

Folha - O sr. é o candidato de Severino Cavalcanti?
Nogueira -
Candidato não recusa voto. Sei que muita gente vai tentar me rotular como se fosse afilhado [de Severino]. Sempre fui amigo do Severino, mas somos de gerações diferentes, sempre marquei minhas posições. Gostaria muito de ser julgado por minhas atitudes, minhas ações políticas, não por amizades. Ficou bem claro agora, quando investiguei o Severino na Corregedoria, que em nenhum momento fui acusado de obstruir nada, de atrapalhar, de ajudá-lo. Até porque sempre separei a pessoa do corregedor da do cidadão Ciro.

Folha - Mas o sr. acha que, após Severino ter renunciado acusado de corrupção, há espaço para um sucessor identificado com ele?
Nogueira -
Ciro é Ciro, Severino é Severino. Isso vou marcar. Severino é um amigo, um companheiro, mas Ciro Nogueira é outra coisa, nunca vou misturar as coisas. Espero apoio dos que votaram no Severino, mas você vai ver pela minha votação, se eu for candidato, que vai ser uma votação mais ampla porque transcendo isso.

Folha - O seu partido tem outro candidato oficial, o Francisco Dornelles (RJ).
Nogueira -
O Dornelles colocou o nome dele para ser o consenso. Se ele for candidato de consenso, sou o primeiro a abrir mão da candidatura; caso contrário, eu tenho certeza de que ele vai lutar pelo meu nome.

Folha - O que o sr. pretende fazer caso vença a eleição?
Nogueira -
A primeira coisa é colocar a Casa para andar. Ver se a gente vota aquela reforma política que veio do Senado. Depois, quero voltar a Casa para projetos mais estruturantes.


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