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Nogueira recusa rótulo de afilhado de Severino
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Principal aliado de Severino Cavalcanti (PP-PE) nos últimos meses, o deputado Ciro Nogueira
(PP-PI), 36, recusa o rótulo de que
será o candidato do ex-presidente
da Câmara, apesar de não rejeitar
o "espólio severinista", que reúne
um numeroso grupo de apoiadores no baixo clero da Câmara.
"Ciro é Ciro, Severino é Severino", disse o deputado, que é corregedor da Câmara e está em seu
terceiro mandato consecutivo.
Nesse período, atuou como integrante da "bancada da bola", durante a CPI que investigou corrupção no futebol, e também se
notabilizou por contratar parentes para seu gabinete.
(RB)
Folha - Por que o sr. se lançou
candidato?
Ciro Nogueira - Porque estamos
defendendo um perfil de centro,
que não tenha carimbo nem de
governo nem de oposição.
Folha - O sr. é o candidato de Severino Cavalcanti?
Nogueira - Candidato não recusa voto. Sei que muita gente vai
tentar me rotular como se fosse
afilhado [de Severino]. Sempre fui
amigo do Severino, mas somos de
gerações diferentes, sempre marquei minhas posições. Gostaria
muito de ser julgado por minhas
atitudes, minhas ações políticas,
não por amizades. Ficou bem claro agora, quando investiguei o Severino na Corregedoria, que em
nenhum momento fui acusado de
obstruir nada, de atrapalhar, de
ajudá-lo. Até porque sempre separei a pessoa do corregedor da
do cidadão Ciro.
Folha - Mas o sr. acha que, após
Severino ter renunciado acusado
de corrupção, há espaço para um
sucessor identificado com ele?
Nogueira - Ciro é Ciro, Severino
é Severino. Isso vou marcar. Severino é um amigo, um companheiro, mas Ciro Nogueira é outra coisa, nunca vou misturar as coisas.
Espero apoio dos que votaram no
Severino, mas você vai ver pela
minha votação, se eu for candidato, que vai ser uma votação mais
ampla porque transcendo isso.
Folha - O seu partido tem outro
candidato oficial, o Francisco Dornelles (RJ).
Nogueira - O Dornelles colocou
o nome dele para ser o consenso.
Se ele for candidato de consenso,
sou o primeiro a abrir mão da
candidatura; caso contrário, eu
tenho certeza de que ele vai lutar
pelo meu nome.
Folha - O que o sr. pretende fazer
caso vença a eleição?
Nogueira - A primeira coisa é colocar a Casa para andar. Ver se a
gente vota aquela reforma política
que veio do Senado. Depois, quero voltar a Casa para projetos
mais estruturantes.
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