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PF desconfia de empréstimo sem garantias
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Carlos Alberto Quaglia, sócio da Natimar, contou na última semana uma "história da carochinha" para a Polícia Federal, segundo os agentes que o
ouviram em São Paulo.
Disse ter obtido um empréstimo de US$ 14 milhões,
equivalentes a cerca de R$ 30
milhões, de uma empresa
com sede no Paraguai sem
ter oferecido garantias nem
prazo para quitar o débito.
Quaglia afirmou que a Natimar recebeu antecipação
de US$ 15 milhões para exportar tratores e motoniveladoras da Caterpillar para a
Holanda. Mas a empresa enviou só US$ 1 milhão em máquinas porque a valorização
do real frente ao dólar desmotivou a transação, segundo o interrogatório.
Em vez de pedir a devolução dos US$ 14 milhões, a
empresa do Paraguai que
antecipou os dólares transformou o recurso em empréstimo, disse Quaglia.
A PF acha que o empréstimo pode ser fajuto e, nesse
caso, sinal de lavagem de dinheiro. Recursos de doleiros
que estavam fora do país podem ter sido trazidos ao Brasil com a operação.
A Natimar foi usada por
Marcos Valério de Souza para fazer aplicações na Bônus-Banval, segundo a corretora. Quaglia e Valério negam que tenham feito negócios. De acordo com o sócio
da Natimar, essa versão é
fantasiosa e foi criada por
Enivaldo Quadrado, sócio
da Bônus-Banval, porque a
corretora dele "é suja".
Ainda segundo Quaglia,
ele obteve os US$ 14 milhões
emprestados porque tem
nome no mercado internacional, apesar de não ter celular e a sede da Natimar ficar numa casa de classe média baixa no bairro do Rio
Vermelho, em Florianópolis
(SC).
(MCC e JL)
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