São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2005

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PF desconfia de empréstimo sem garantias

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Carlos Alberto Quaglia, sócio da Natimar, contou na última semana uma "história da carochinha" para a Polícia Federal, segundo os agentes que o ouviram em São Paulo.
Disse ter obtido um empréstimo de US$ 14 milhões, equivalentes a cerca de R$ 30 milhões, de uma empresa com sede no Paraguai sem ter oferecido garantias nem prazo para quitar o débito.
Quaglia afirmou que a Natimar recebeu antecipação de US$ 15 milhões para exportar tratores e motoniveladoras da Caterpillar para a Holanda. Mas a empresa enviou só US$ 1 milhão em máquinas porque a valorização do real frente ao dólar desmotivou a transação, segundo o interrogatório.
Em vez de pedir a devolução dos US$ 14 milhões, a empresa do Paraguai que antecipou os dólares transformou o recurso em empréstimo, disse Quaglia.
A PF acha que o empréstimo pode ser fajuto e, nesse caso, sinal de lavagem de dinheiro. Recursos de doleiros que estavam fora do país podem ter sido trazidos ao Brasil com a operação.
A Natimar foi usada por Marcos Valério de Souza para fazer aplicações na Bônus-Banval, segundo a corretora. Quaglia e Valério negam que tenham feito negócios. De acordo com o sócio da Natimar, essa versão é fantasiosa e foi criada por Enivaldo Quadrado, sócio da Bônus-Banval, porque a corretora dele "é suja".
Ainda segundo Quaglia, ele obteve os US$ 14 milhões emprestados porque tem nome no mercado internacional, apesar de não ter celular e a sede da Natimar ficar numa casa de classe média baixa no bairro do Rio Vermelho, em Florianópolis (SC). (MCC e JL)


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