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"Tenho uma posição muito boa no Amapá, sou estimado", diz Sarney, que nega rejeição de 37%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
FOLHA -
O sr. corre o risco de perder a eleição?
JOSÉ SARNEY - Nunca considerei
essa hipótese. Se tivesse considerado, não teria me candidatado. Tenho uma posição muito
boa aqui no Amapá, sou estimado, reconhecido pelo que tenho
feito pelo Estado. Nem considerei essa hipótese nem é esse o
clima aqui no Estado.
FOLHA - Por que a diferença entre o
sr. e sua rival, Cristina Almeida, caiu
para 7 pontos, segundo o Ibope?
SARNEY - Nunca a diferença foi
de 50 pontos. Eu nunca tinha
apoiado candidato a governador, minha candidatura era suprapartidária e, agora, apóio
um candidato a governador.
Então, a tendência é de uma
polarização e a minha votação
acompanhar a do governador.
FOLHA - Por que se refere abstratamente ao candidato a governador,
sem citar o nome?
SARNEY - Porque é abstrato.
Das outras vezes, não tive candidato a governador e agora tenho. O nome é Waldez Goes e
apóio, é um homem que pacificou o Amapá, tem poder de
conciliação das forças políticas
e espírito de unidade. Isso é o
que também, ao meu modo, tenho tentado preservar: ser do
diálogo, avesso a brigas e rixas.
FOLHA - De onde vem essa rejeição
de 37% ao sr., apontada pelo Ibope?
SARNEY - Não existe uma rejeição de 37%. Nas pesquisas, que
temos acompanhado diariamente, nunca apareceu esse
número de rejeição.
FOLHA - E o movimento "Xô SARNEY" que circula na internet?
SARNEY - É uma campanha
montada pelos meus adversários daqui, mas não reflete o clima na cidade e no Estado, onde
nunca as pessoas nem sequer
tomaram conhecimento de que
isso existe. Meus adversários
têm gosto de fazer campanha
para fora, não aqui para dentro.
FOLHA - Não é muito forte o discurso de que o Maranhão tem quatro
senadores e o Amapá dois?
SARNEY - Essa discussão nunca
existiu por aqui porque tenho
dedicado meu mandato a trabalhar muito pelo Amapá. Criei
a zona de livre comércio, o porto de contêineres, conseguimos
investimentos para um parque
energético grande, para distribuição de energia no Estado.
Conseguimos recursos para as
BRs e estamos chegando ao
Oiapoque com estrada que interessa ao Brasil, pois liga à Panamericana. Quem fundou a
Universidade do Amapá fui eu,
quem conseguiu escola técnica
para Macapá fui eu.
FOLHA - Por que o sr. está em guerra com a imprensa e a internet?
SARNEY - Esse clima que a imprensa nacional vem transmitindo não reflete as coisas aqui.
Não acredito que a imprensa
possa embarcar num equívoco
desses. Não estou em guerra
contra ninguém. Não tive nada
a ver com isso [ataques a blogs
locais]. Mantenho meu velho
estilo de nunca processar jornalista. A coligação não sou eu,
são sete partidos e ela toma iniciativas. Tem site "morte ao
Sarney", mas não tomo conhecimento. Se consultado, recomendo que deixem para lá.
FOLHA - O governador do Acre, Jorge Viana, é do PT. O sr. apóia Lula,
mas o governador foi aí para apoiar
a campanha da sua rival. Foi desleal?
SARNEY - Isso não teve a menor
importância. Ninguém tomou
conhecimento da passagem do
Jorge por aqui, até mesmo porque o Jorge não é líder nacional
nem é líder no Amapá.
FOLHA - A Cristina Almeida pode
virar uma nova Marina Silva?
SARNEY - Ela não tem esse perfil, é uma funcionária da Assembléia, muito ligada ao senador Capiberibe. Foi secretária
dele e agora é sua candidata,
não tem o perfil da Marina.
FOLHA - A crise do dossiê interfere
na eleição dos Estados? No Amapá?
SARNEY - Quero confessar: não
estou acompanhando em profundidade porque estamos tão
envolvidos na campanha, no
Estado. Pelo que soube, é coisa
grave e o governo tem que agir
com dureza porque é lamentável que isso tenha ocorrido. A
gente só pode ficar indignado.
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