São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 2006

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"Tenho uma posição muito boa no Amapá, sou estimado", diz Sarney, que nega rejeição de 37%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

FOLHA - O sr. corre o risco de perder a eleição?
JOSÉ SARNEY -
Nunca considerei essa hipótese. Se tivesse considerado, não teria me candidatado. Tenho uma posição muito boa aqui no Amapá, sou estimado, reconhecido pelo que tenho feito pelo Estado. Nem considerei essa hipótese nem é esse o clima aqui no Estado.

FOLHA - Por que a diferença entre o sr. e sua rival, Cristina Almeida, caiu para 7 pontos, segundo o Ibope?
SARNEY -
Nunca a diferença foi de 50 pontos. Eu nunca tinha apoiado candidato a governador, minha candidatura era suprapartidária e, agora, apóio um candidato a governador. Então, a tendência é de uma polarização e a minha votação acompanhar a do governador.

FOLHA - Por que se refere abstratamente ao candidato a governador, sem citar o nome?
SARNEY -
Porque é abstrato. Das outras vezes, não tive candidato a governador e agora tenho. O nome é Waldez Goes e apóio, é um homem que pacificou o Amapá, tem poder de conciliação das forças políticas e espírito de unidade. Isso é o que também, ao meu modo, tenho tentado preservar: ser do diálogo, avesso a brigas e rixas.

FOLHA - De onde vem essa rejeição de 37% ao sr., apontada pelo Ibope?
SARNEY -
Não existe uma rejeição de 37%. Nas pesquisas, que temos acompanhado diariamente, nunca apareceu esse número de rejeição.

FOLHA - E o movimento "Xô SARNEY" que circula na internet?
SARNEY -
É uma campanha montada pelos meus adversários daqui, mas não reflete o clima na cidade e no Estado, onde nunca as pessoas nem sequer tomaram conhecimento de que isso existe. Meus adversários têm gosto de fazer campanha para fora, não aqui para dentro.

FOLHA - Não é muito forte o discurso de que o Maranhão tem quatro senadores e o Amapá dois?
SARNEY -
Essa discussão nunca existiu por aqui porque tenho dedicado meu mandato a trabalhar muito pelo Amapá. Criei a zona de livre comércio, o porto de contêineres, conseguimos investimentos para um parque energético grande, para distribuição de energia no Estado. Conseguimos recursos para as BRs e estamos chegando ao Oiapoque com estrada que interessa ao Brasil, pois liga à Panamericana. Quem fundou a Universidade do Amapá fui eu, quem conseguiu escola técnica para Macapá fui eu.

FOLHA - Por que o sr. está em guerra com a imprensa e a internet?
SARNEY -
Esse clima que a imprensa nacional vem transmitindo não reflete as coisas aqui. Não acredito que a imprensa possa embarcar num equívoco desses. Não estou em guerra contra ninguém. Não tive nada a ver com isso [ataques a blogs locais]. Mantenho meu velho estilo de nunca processar jornalista. A coligação não sou eu, são sete partidos e ela toma iniciativas. Tem site "morte ao Sarney", mas não tomo conhecimento. Se consultado, recomendo que deixem para lá.

FOLHA - O governador do Acre, Jorge Viana, é do PT. O sr. apóia Lula, mas o governador foi aí para apoiar a campanha da sua rival. Foi desleal?
SARNEY -
Isso não teve a menor importância. Ninguém tomou conhecimento da passagem do Jorge por aqui, até mesmo porque o Jorge não é líder nacional nem é líder no Amapá.

FOLHA - A Cristina Almeida pode virar uma nova Marina Silva?
SARNEY -
Ela não tem esse perfil, é uma funcionária da Assembléia, muito ligada ao senador Capiberibe. Foi secretária dele e agora é sua candidata, não tem o perfil da Marina.

FOLHA - A crise do dossiê interfere na eleição dos Estados? No Amapá?
SARNEY -
Quero confessar: não estou acompanhando em profundidade porque estamos tão envolvidos na campanha, no Estado. Pelo que soube, é coisa grave e o governo tem que agir com dureza porque é lamentável que isso tenha ocorrido. A gente só pode ficar indignado.


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