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Cargo na estatal vale mais que um ministério
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
No jogo das indicações políticas, "uma" Petrobras vale
mais do que quase todos os
ministérios, mas uma diretoria na estatal também tem,
muitas vezes, mais peso do
que um posto na Esplanada.
Os investimentos da área
internacional da companhia
são de US$ 3 bilhões (R$ 5,6
bilhões), em média, no período de 2008 a 2012. Para este
ano, a lei orçamentária prevê
R$ 2,3 bilhões em investimentos do Ministério da
Saúde. Para a Educação está
reservado R$ 1,06 bilhão.
Um caixa tão poderoso e a
possibilidade de fazer política com obras e projetos nos
Estados explica a disputa
acirrada entre partidos da
base aliada por uma indicação para a diretoria da estatal, que, ao todo, investirá
mais de US$ 22,5 bilhões por
ano de 2008 a 2012.
Nesta semana, parte do
imbróglio já começou a ser
desfeito: foram nomeados
dois executivos indicados
pelo PT. Na cota pessoal da
ministra Dilma Rousseff,
Maria das Graças Foster assumiu a diretoria de Gás e
Energia. José Eduardo Dutra, ex-senador pelo PT de
Sergipe e ex-presidente da
Petrobras, ficou com a presidência da BR Distribuidora.
Ela terá sob seu mando um
orçamento de investimento
de US$ 6,7 bilhões de 2008 a
2012. Dutra contará com
US$ 2,6 bilhões.
São dadas como certas (ou
quase) duas trocas na diretoria da estatal. Para acomodar
afilhados políticos de PMDB
e PP, as diretorias de Abastecimento e Gás e Energia devem ter novos titulares. Na
reta final, dois nomes despontam para integrar a diretoria. Para a vaga de Paulo
Roberto Costa, ligado ao PP,
deve ir Alan Kardec, ex-gerente-executivo da área e
atual assessor da presidência
da empresa. Ele é da cota de
parte do PT mineiro e do ministro Walfrido dos Mares
Guia (Relações Institucionais). Costa continuaria na
diretoria, mas iria para a de
Exploração e Produção, no
lugar de Guilherme Estrella.
Na área internacional,
Nestor Cerveró deve ser
substituído por João Augusto Fernandes, ex-diretor de
Mercado Consumidor (atacado) da BR Distribuidora na
gestão FHC que volta a ser
cotado para o posto. Técnico
de carreira da estatal, o executivo tem apoio do PMDB
de Minas Gerais e parte da
base do partido em São Paulo, incluindo Michel Temer.
Quando as mudanças serão anunciadas, ainda não se
sabe. Desde abril há um intenso clima de disputa e as
mudanças são adiadas sempre por falta de entendimento entre a atual direção da
empresa, o comando de alguns ministérios (leia-se Dilma Rousseff), setores do PT e
de partidos da base aliada.
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