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Chefe da campanha de Fogaça é investigado
O TCE investiga suposto enriquecimento ilícito do deputado Luiz Záchia, que comprou imóveis de luxo
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A compra de dois imóveis de
luxo levou o deputado estadual
Luiz Fernando Záchia (PMDB)
a ser investigado pelo TCE
(Tribunal de Contas do Estado)
do Rio Grande do Sul por suspeita de enriquecimento ilícito.
Ex-presidente da Assembléia
Legislativa gaúcha e ex-chefe
da Casa Civil da governadora
Yeda Crusius (PSDB), Záchia é
o coordenador da campanha à
reeleição do prefeito de Porto
Alegre, José Fogaça (PMDB).
As suspeitas recaem sobre a
compra de um apartamento em
Porto Alegre e de uma casa no
município de Xangri-lá, balneário 130 km ao norte da capital. Nenhum deles está registrado no nome do deputado. A
Folha visitou os dois.
Propriedades similares nos
locais valem, somadas, entre
R$ 1,4 milhão e R$ 1,6 milhão,
segundo imobiliárias -mais do
que o triplo dos bens que Záchia declarou à Justiça Eleitoral antes de concorrer à reeleição, em 2006 (R$ 438 mil).
O apartamento de Porto Alegre, onde Záchia vive atualmente, foi adquirido no ano
passado, quando o deputado
estava na Casa Civil, coordenando a articulação política da
governadora tucana.
O imóvel tem 234 m2 e fica
num bairro de classe média alta. Imóveis estão à venda no
mesmo prédio por valores entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão.
No cartório, o apartamento
está em nome de Durafa Empreendimentos Imobiliários,
que construiu o edifício.
Já a casa tem 222 m2 e fica no
Carmel, um condomínio fechado que conta com um lago particular, próximo da praia de
Atlântida, uma das mais badaladas do litoral gaúcho.
Záchia comprou o terreno no
condomínio em 2004 e construiu a casa.
Sem registro
No cartório de Xangri-lá, não
há registro da existência de
uma casa, só do terreno, que
aparece como pertencente à
Malpaso Empreendimentos
Imobiliários, a incorporadora
do condomínio. Casas são vendidas no local por R$ 600 mil.
A propriedade no litoral foi
omitida da declaração de bens
de 2006. Na ocasião, o deputado declarou apenas um apartamento em Porto Alegre (R$ 417
mil) e uma caderneta de poupança com R$ 21 mil.
O TCE-RS começou a investigar a evolução patrimonial de
Záchia no início deste mês e
mantém o caso sob sigilo.
O deputado é o segundo político gaúcho a ter as finanças devassadas pelo TCE -possibilidade que foi aberta em junho
deste ano com a entrada em vigor de uma lei estadual que dá à
corte o poder de examinar a
evolução patrimonial de agentes públicos que apresentem sinais de enriquecimento incompatível com sua renda.
A primeira a ser investigada
foi a governadora Yeda Crusius, pela compra da casa em
que vive, em Porto Alegre, por
R$ 750 mil.
(GRACILIANO ROCHA)
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