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Depois de empate, Dilma e Ciro já ensaiam ataques
Ministra critica "quem senta na cadeira antes da hora'; deputado fala dela "agarrada" com Serra
Pré-candidato do PSB à Presidência ataca Serra e afirma que governador de SP é "feio pra caramba, mais na alma do que no rosto"
ANA FLOR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) e o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) trocaram ontem as primeiras farpas eleitorais entre os dois, pré-candidatos na disputa pela Presidência da República.
Em eventos distintos em São
Paulo, Dilma e Ciro comentaram a sucessão do presidente
Lula -que alçou Dilma a candidata do PT e é aliado de Ciro.
Questionada, em entrevista a
correspondentes estrangeiros,
sobre o crescimento de Ciro na
recente pesquisa Ibope -que
também indicou a estagnação
da ministra nas intenções de
voto ao Planalto-, Dilma condenou uma comemoração antecipada. "Sempre que no Brasil alguém tentou sentar na cadeira antes do prazo, deu errado. Isso era dias antes [da eleição]. Eu acredito que é prudente a gente esperar as urnas serem abertas e os votos serem
contados", disse ela.
Ciro comemorou publicamente o resultado da pesquisa,
que em um de seus cenários
traz o deputado à frente da ministra. Em outro, os dois apareciam tecnicamente empatados.
A pesquisa mostrou o governador de São Paulo, José Serra
(PSDB), na liderança.
Ciro, em palestra na Força
Sindical, afirmou que Dilma
evita confrontos com o pré-candidato tucano.
"Os adversários não são bobos, pelo contrário, estão aí falando "o Lula é meu amigo também". O Lula não dá mais canelada em ninguém, é Lulinha paz
e amor para o resto da vida, e a
Dilma entrou na mesma, ainda
hoje [ontem] nos jornais estou
eu falando mal do Serra, e a Dilma agarrada com ele. Quem
quer ser bonzinho sou eu, eu
quero ser bonzinho e ninguém
deixa", disse Ciro, em referência a um evento no qual o tucano e a petista se encontraram
anteontem em São Paulo.
Ciro também atacou Serra:
"A questão não é essa, se ele é
feio ou bonito. Eu acho ele feio
para caramba, mais na alma do
que no rosto".
O deputado criticou ainda a
aproximação dos petistas com
os peemedebistas. "A atual coalizão PT-PMDB tende ao conservadorismo." Ele defendeu
duas candidaturas governistas;
a dele, e a de Dilma: "Uma,
PMDB e PT ficam com o tempo
de televisão do mundo todo, e a
outra [a dele, Ciro] vai para o
meio da rua, livre sem ter que
falar bem do [José] Sarney, presidente do Senado. O outro lado
de lá [do PT] fala, que eu compreendo", disse.
Durona
Na entrevista, Dilma falou de
outra possível candidata, a senadora Marina Silva (PV-AC):
"Ela é muito bem-vinda à disputa eleitoral do próximo ano".
Ao responder sobre sua fama
de "durona", Dilma atribuiu ao
machismo. "É interessante a
forma como se trata as mulheres na política", disse ela, citando a ex-primeira-ministra britânica Margareth Thatcher e a
secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton.
"Estou num país em que nenhum homem assume suas posições. Quando eu assumo, sou
tachada de durona e mal-humorada", afirmou ela.
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