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REPERCUSSÃO
Boff vê fim
da hegemonia
IZABELA MOI
da Reportagem Local
A pesquisa do DataFolha
sobre os católicos praticantes e seu comportamento
-publicada ontem na Folha-, suscitou reações de
"descompasso" e "sinônimo de pluralidade".
A maioria dos entrevistados (68%) diz preferir ouvir
a consciência a obedecer cegamente a ordens da Igreja.
O monsenhor Arnaldo
Beltrani, porta-voz do arcebispo de São Paulo, D. Paulo Evaristo Arns, acredita
que a pesquisa demonstra
"que a Igreja não é tão dogmática e totalitária". "Isso
é muito sadio. Há uma unidade no essencial e diversidade no contexto", disse.
Para a deputada federal
Marta Suplicy (PT-SP), não
há surpresas. "O resultado
mostra que a Igreja está em
descompasso com os valores da sociedade."
"O católico está seguindo
o próprio desejo e consciência quando a questão é
intimidade, comportamento ou vida privada. Admite
menos interferência da
Igreja na sua cama, e nem
por isso se acha menos católico, menos religioso ou
menos cristão", avaliou.
Para o teólogo Leonardo
Boff, "os católicos ouvidos
são os praticantes, que vão
à missa. Há um grande parcela que se sente cristão e
não participa dos rituais;
esses são seguramente mais
liberais". Para ele, "a pesquisa revela que a Igreja não
tem mais a hegemonia moral sobre os fiéis".
As divergências entre fiéis
parecem caber dentro da
Igreja. Para o sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira, "o
catolicismo é um sistema
religioso onde a adesão é
feita pelo sacramento".
"Para um católico, é mais
importante identificar-se
com os sinais, como o batismo ou o papa", afirmou.
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