São Paulo, sábado, 26 de outubro de 2002

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Fusão PPS-PSDB "só pode ser brincadeira", diz Freire

ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PPS, senador Roberto Freire (PE), reagiu duramente ontem à tese do senador eleito Tasso Jereissati (PSDB-CE) de fusão do PPS com o PSDB:
"Isso só pode ser brincadeira. O Tasso tem que lamber as feridas do partido dele antes de se meter no partido dos outros", declarou.
Para Freire, eleito deputado federal, o ex-governador "está profundamente equivocado se pensa que o que ele representa o autoriza a falar nisso [a fusão], porque ele nem sequer é a liderança tucana mais próxima do PPS".
Há outros quadros tucanos, segundo Freire, "muito mais à esquerda e identificados com a história do PPS". Ele citou o próprio candidato do PSDB à Presidência, José Serra, e alguns dos líderes da sua campanha: o prefeito licenciado de Vitória, Luiz Paulo Velloso Lucas, e os deputados federais paulistas Alberto Goldman e Aloysio Nunes Ferreira. Todos eles integravam o velho PCB, que deu origem ao PPS.

Hegemonia paulista
Ao jantar na quarta com o governador eleito de Minas, Aécio Neves (PSDB), e o candidato derrotado a presidente Ciro Gomes (PPS), Tasso falou sobre a fusão como forma de enfrentar a "hegemonia paulista" do PSDB. Referia-se, por exemplo, a Serra, Goldman e Aloysio.
Freire ironizou a participação de Aécio no jantar e nas articulações. Cutucou: "O Aécio ainda nem assumiu o governo de Minas e já se acha capaz de articular uma aliança para a eleição presidencial de 2006". "Tenha calma, Aécio!"
Para o senador, Ciro não tem nada a ganhar com a troca do partido pelo PSDB -que integrou até 97: "Seria um retrocesso".
Apesar de dizer que Tasso não deveria se meter no partido dos outros, opinou: "O problema do PSDB não é ter uma cara mais bonitinha cearense ou paulista. O problema é o esgotamento de um certo modelo social-democrata".
Para ele, "o PT ocupou esse espaço [social-democrata] de forma mais avançada". Sugeriu: "O PSDB deveria fazer ao [eventual] governo do PT uma oposição propositiva, como nós [PPS] fizemos ao governo deles [tucanos]".
Quanto à posição do PPS diante do provável governo petista, definiu: "Não seremos oposição. Seremos independentes e cooperativos". E se houver convite para cargos? "Se convidados, discutiremos a participação ou não."



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