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Fusão PPS-PSDB "só pode ser brincadeira", diz Freire
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do PPS, senador
Roberto Freire (PE), reagiu duramente ontem à tese do senador
eleito Tasso Jereissati (PSDB-CE)
de fusão do PPS com o PSDB:
"Isso só pode ser brincadeira. O
Tasso tem que lamber as feridas
do partido dele antes de se meter
no partido dos outros", declarou.
Para Freire, eleito deputado federal, o ex-governador "está profundamente equivocado se pensa
que o que ele representa o autoriza a falar nisso [a fusão], porque
ele nem sequer é a liderança tucana mais próxima do PPS".
Há outros quadros tucanos, segundo Freire, "muito mais à esquerda e identificados com a história do PPS". Ele citou o próprio
candidato do PSDB à Presidência,
José Serra, e alguns dos líderes da
sua campanha: o prefeito licenciado de Vitória, Luiz Paulo Velloso
Lucas, e os deputados federais
paulistas Alberto Goldman e
Aloysio Nunes Ferreira. Todos
eles integravam o velho PCB, que
deu origem ao PPS.
Hegemonia paulista
Ao jantar na quarta com o governador eleito de Minas, Aécio
Neves (PSDB), e o candidato derrotado a presidente Ciro Gomes
(PPS), Tasso falou sobre a fusão
como forma de enfrentar a "hegemonia paulista" do PSDB. Referia-se, por exemplo, a Serra, Goldman e Aloysio.
Freire ironizou a participação
de Aécio no jantar e nas articulações. Cutucou: "O Aécio ainda
nem assumiu o governo de Minas
e já se acha capaz de articular uma
aliança para a eleição presidencial
de 2006". "Tenha calma, Aécio!"
Para o senador, Ciro não tem
nada a ganhar com a troca do partido pelo PSDB -que integrou
até 97: "Seria um retrocesso".
Apesar de dizer que Tasso não
deveria se meter no partido dos
outros, opinou: "O problema do
PSDB não é ter uma cara mais bonitinha cearense ou paulista. O
problema é o esgotamento de um
certo modelo social-democrata".
Para ele, "o PT ocupou esse espaço [social-democrata] de forma
mais avançada". Sugeriu: "O
PSDB deveria fazer ao [eventual]
governo do PT uma oposição
propositiva, como nós [PPS] fizemos ao governo deles [tucanos]".
Quanto à posição do PPS diante
do provável governo petista, definiu: "Não seremos oposição. Seremos independentes e cooperativos". E se houver convite para
cargos? "Se convidados, discutiremos a participação ou não."
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