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AMAPÁ
Procuradores exibem dinheiro, roupas e cestas básicas como provas; Dalva Figueiredo (PT), candidata à reeleição, nega
Governadora é suspeita de comprar votos
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACAPÁ
O Ministério Público Federal no
Amapá quer investigar suposta
prática de compra de votos por
parte da campanha da governadora do Amapá, Dalva Figueiredo
(PT), que concorre à reeleição.
A governadora vê motivação
política nas acusações dos procuradores e está tentando afastá-los
com uma ação judicial.
Os procuradores federais Manoel Pastana e Celso Três, em entrevista coletiva concedida ontem
no começo da noite, afirmaram
haver indícios do crime e que vão
preparar uma ação a ser apresentada à Justiça Eleitoral.
Eles são autores da ação, protocolada ontem no TRE, na qual
Dalva é acusada de uso da máquina ao remanejar de forma supostamente irregular R$ 61,5 milhões
nos três meses anteriores à eleição
-o que é proibido. Parte da movimentação teria fins eleitorais,
suspeitam os procuradores.
A legislação estabelece normas
para as eleições e veta "transferências voluntárias de recursos"
nos três meses anteriores ao pleito. Dalva assumiu o cargo em 5 de
abril no lugar do ex-governador e
senador eleito João Capiberibe
(PSB-AP).
No caso da suposta compra de
votos, os procuradores apresentaram material -apreendido durante a reta final do primeiro turno- que teria sido oferecidos em
troca de votos.
Há dinheiro, remédios, cestas
básicas, transformadores de energia e roupas.
O procurador Manoel Pastana
afirmou que o dinheiro, R$ 5.900
em notas, foi apreendido com Ronaldo Barros, irmão do secretário
de Governo do Amapá, Edvan
Barros. "Esse material seguirá em
outra ação paralela porque é um
indicativo de compra de votos",
disse.
As outras apreensões só serão
detalhadas quando a ação estiver
pronta.
Uso da máquina
Três disse que a ação principal,
de abuso por poder político e protocolada ontem contra Dalva, pode tramitar até dois anos para julgamento do mérito -semelhante
ao processo que cassou o diploma
do ex-governador Mão Santa
(PI). "A ação de abuso por poder
político deixa o candidato três
anos inelegível, por isso é mais dificultosa, mas o efeito é suspensivo porque o candidato perde o
cargo", afirmou.
Pastana afirmou que o uso da
máquina "desmantelou a administração pública". "O próximo
governo vai levar uns seis meses
de auditoria para colocar em ordem isso aqui [segundo ele, desvios de R$ 61,5 milhões]", afirmou.
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