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Deputado petista eleito é acusado de compra de votos no Amapá
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O deputado federal eleito Hélio
Esteves (PT) foi acusado ontem
de compra de votos pela Procuradoria Eleitoral do Amapá. A ação,
que já está no Tribunal Regional
Eleitoral, pede a cassação do registro ou do diploma de Esteves,
ex-diretor da estatal Companhia
de Eletricidade do Amapá.
Esteves nega as acusações e vê
um complô contra o PT no Estado, que já é acusado de usar a máquina para tentar reeleger a governadora Dalva Figueiredo.
Na tarde de 6 de outubro, ao final da votação do primeiro turno,
policiais federais prenderam em
flagrante os servidores públicos
federais cedidos à CEA Readhaid
Dias Oliveira e José Eduardo Pimentel Coutinho.
Segundo a PF, eles estavam na
sede da associação de funcionários da CEA vestidos com camisetas vermelhas com o nome de Esteves, coordenando, por meio de
fichas com dados de eleitores e
números de títulos, distribuição
de dinheiro e benefícios por votos. Na ação, coordenada por promotores, foram encontrados com
os servidores santinhos e adesivos
de Esteves, além de R$ 2.800. Em
pastas vermelhas havia listas com
controle de veículos e de locais
onde os eleitores votaram.
Entre os benefícios oferecidos
ao eleitores estavam uniformes de
goleiros, cargas de pedras e de
areia, sacos de cimento e até potes
de vitamina. Segundo as investigações, Oliveira era o coordenador de área onde os eleitorais receberiam de R$ 20 a R$ 15 pelo voto. Uma única família de eleitor
com 17 pessoas faturou R$ 255,
segundo as fichas apreendidas.
Em depoimento, Oliveira e
Coutinho afirmaram que só se
pronunciariam em juízo.
Estreante na política, Esteves foi
presidente da CEA -de 1995 a
2000- e ganhou a eleição com
12.049 votos com uma campanha
onde prometeu melhorar as ações
da companhia no Estado.
Cassação
Na terça, o TRE-AP havia cassado o registro do deputado reeleito
Fran Soares Júnior (PMDB). Presidente da Assembléia Legislativa,
ele também foi acusado de compra de votos pelos procuradores
federais que atuam no eleitoral,
Manoel Pastana e Celso Três.
O procurador Três disse que o
caso de Esteves é bem semelhante
a de Fran Júnior. "É um caso incomum [a compra de votos] dentro
do PT, mas ratifica o que está
acontecendo com a governadora
do Estado. No caso dela é uso da
máquina e no dele [Esteves],
compra de votos", disse.
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