São Paulo, sábado, 26 de outubro de 2002

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Zeca afasta 2 comandantes da PM que pediam votos para o PT

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
DO ENVIADO ESPECIAL A CAMPO GRANDE

O governo de Mato Grosso do Sul afastou ontem dois comandantes da Polícia Militar depois que uma gravação mostrou que eles pediram votos para a reeleição do governador José Orcírio dos Santos (PT), o Zeca do PT, no pátio do 3º Batalhão da Polícia Militar, em Dourados, segunda maior cidade do Estado.
"Olhando para trás um pouquinho, vão ver que nós fizemos o que foi feito; que, neste governo, estamos fazendo de tudo, sensibilizando a votar. Se não está de um lado, também não fiquem do outro lado", disse o comandante do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), Júlio Cezar Komyiama, na ordem do dia, quando todos os policiais em serviço são reunidos. Ele estava acompanhado pelo comandante do 3º Batalhão, tenente-coronel Erudilho Nabuco. Dourados tem cerca de 200 policiais militares.
O caso ocorreu na última terça, um dia antes da visita do presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva à cidade. Em cinco trechos do discurso, que durou cerca de 8 minutos, Komyiama diz que fala "em nome do governador".

Justiça Eleitoral
O juiz eleitoral de Dourados Celso Schuch Santos recebeu a fita gravada e a transcrição da coligação "Pra Frente MS", de Marisa Serrano (PSDB). Ontem, o juiz encaminhou o caso ao corregedor regional da Justiça Eleitoral Claudionor Miguel Abss Duarte, que ainda não se pronunciou sobre o caso, e ao secretário de Segurança Pública, Almir Paixão.
Por meio de sua assessoria, Paixão disse que Komyiama foi afastado da função, "por questões administrativas", até o dia 28. Paixão informou que o caso do coronel Nabuco está sendo tratado pelo comando-geral da PM, mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto. Agora, são sete servidores públicos afastados em menos de uma semana por suposta utilização da máquina pública na campanha de Zeca do PT.
Na terça-feira, foi afastado o comandante-geral da Polícia Militar, coronel José Ivan de Almeida. A Folha revelou, na edição daquele dia, que Almeida havia utilizado o serviço de comunicação da polícia para convocar oficiais para um encontro de apoio a Zeca. No mesmo dia, o TSE aprovou o uso de força federal no segundo turno da eleição em Mato Grosso do Sul.
(FABIANO MAISONNAVE e CHICO DE GOIS)



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