|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Zeca afasta 2 comandantes da PM que pediam votos para o PT
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
DO ENVIADO ESPECIAL A CAMPO GRANDE
O governo de Mato Grosso do
Sul afastou ontem dois comandantes da Polícia Militar depois
que uma gravação mostrou que
eles pediram votos para a reeleição do governador José Orcírio
dos Santos (PT), o Zeca do PT, no
pátio do 3º Batalhão da Polícia
Militar, em Dourados, segunda
maior cidade do Estado.
"Olhando para trás um pouquinho, vão ver que nós fizemos o
que foi feito; que, neste governo,
estamos fazendo de tudo, sensibilizando a votar. Se não está de um
lado, também não fiquem do outro lado", disse o comandante do
DOF (Departamento de Operações de Fronteira), Júlio Cezar
Komyiama, na ordem do dia,
quando todos os policiais em serviço são reunidos. Ele estava
acompanhado pelo comandante
do 3º Batalhão, tenente-coronel
Erudilho Nabuco. Dourados tem
cerca de 200 policiais militares.
O caso ocorreu na última terça,
um dia antes da visita do presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula
da Silva à cidade. Em cinco trechos do discurso, que durou cerca
de 8 minutos, Komyiama diz que
fala "em nome do governador".
Justiça Eleitoral
O juiz eleitoral de Dourados
Celso Schuch Santos recebeu a fita
gravada e a transcrição da coligação "Pra Frente MS", de Marisa
Serrano (PSDB). Ontem, o juiz
encaminhou o caso ao corregedor
regional da Justiça Eleitoral Claudionor Miguel Abss Duarte, que
ainda não se pronunciou sobre o
caso, e ao secretário de Segurança
Pública, Almir Paixão.
Por meio de sua assessoria, Paixão disse que Komyiama foi afastado da função, "por questões administrativas", até o dia 28. Paixão informou que o caso do coronel Nabuco está sendo tratado pelo comando-geral da PM, mas
ninguém foi encontrado para comentar o assunto. Agora, são sete
servidores públicos afastados em
menos de uma semana por suposta utilização da máquina pública na campanha de Zeca do PT.
Na terça-feira, foi afastado o comandante-geral da Polícia Militar, coronel José Ivan de Almeida.
A Folha revelou, na edição daquele dia, que Almeida havia utilizado o serviço de comunicação da
polícia para convocar oficiais para
um encontro de apoio a Zeca. No
mesmo dia, o TSE aprovou o uso
de força federal no segundo turno
da eleição em Mato Grosso do Sul.
(FABIANO MAISONNAVE e CHICO DE GOIS)
Texto Anterior: Outro Lado: Não ofereci nada por votos, diz Puccinelli Próximo Texto: Distrito Federal: TSE anula decisão de TRE sobre fitas de Roriz Índice
|