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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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OUTRO LADO

Projeto para o rio Madeira vai gerar US$ 8 bi

DA REPORTAGEM LOCAL

O complexo do rio Madeira -uma das duas obras prioritárias da Iirsa e criticadas por ONGs brasileiras- "gerará riquezas" de US$ 8 bilhões por ano. É o que afirma a exposição de motivos do projeto apresentado ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pelas Furnas Centrais Elétricas e pela Construtora Norberto Odebrecht.
A maior parte dessa cifra (US$ 6,82 bilhões) estaria relacionada ao "aumento da produção agrícola" na região. É um valor estimado, levando em conta a "instalação de parque industrial, o aumento da produção agrícola" e outras previsões futuras.
No seminário de agosto, o presidente do BNDES, Carlos Lessa, disse que "um projeto dessa magnitude irá gerar controvérsia e, quanto mais controvérsia gerar, mais viabilização haverá para ele". Comparou a obra à construção de Brasília: "Foi objeto de toda classe de críticas possíveis, toneladas foram escritas contra Brasília. Hoje representa uma área de ocupação com 30 cidades com 100 mil habitantes ou mais".
Na mesma reunião, o ministro interino de Desenvolvimento, Márcio Fortes de Almeida, disse ser importante buscar "o equilíbrio necessário de cada projeto, o que vai ser destruído e o que vai ser preservado" no ambiente. "Não podemos ficar com posição radical num sentido ou noutro."
"Não vamos chegar ao exagero de dizer que não queremos modificar o ambiente, vamos ter que modificá-lo, vamos ter que fazer a avaliação econômica de cada projeto, a repercussão ambiental", disse Almeida.
O BNDES não se manifestou sobre pedido de informações feito pela Folha a respeito das obras da Iirsa. A assessoria de imprensa do banco foi procurada na quinta-feira e na sexta-feira, mas não houve retorno.


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