São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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SÃO PAULO

Prefeita-candidata afirma que quatro anos de gestão "é pouco tempo" e que eventual eleição de Serra vai paralisar a cidade

Marta prefere mandato de 5 anos a reeleição

PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Candidata a ficar mais quatro anos na Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PT) defendeu ontem que o tempo ideal de um mandato são cinco anos, sem direito à reeleição. Desde 1992, a duração é de quatro anos.
Na avaliação da prefeita licenciada, "quatro anos é pouco tempo". Marta aproveitou para dizer que, se for derrotada, a cidade ficará paralisada durante o primeiro ano de uma eventual gestão José Serra (PSDB).
"Você reavalia, tem de mudar, não adianta negar que não tem uma interrupção", afirmou a candidata, durante entrevista ao programa de rádio de Paulo Lopes, que tem uma audiência média de 250 mil ouvintes.

"Deus me..." de Maluf
Em um princípio de ato falho, Marta quase entregou o que realmente acha da aliança que fez com o ex-prefeito Paulo Maluf (PP). Ao ser questionada se tinha participação nas Kombis que circulam pela cidade com fotos dos dois, disse: "Deus me...". O locutor perguntou: "Deus me livre?". E a prefeita disse apenas "não, não tenho nada a ver com isso".
Desde a semana passada, ao menos 40 Kombis carregam as fotos do ex-prefeito e de Marta lado a lado. A campanha malufista assumiu a responsabilidade pelos veículos, e os petistas negam que soubessem da "ajuda".
A petista admitiu o fator positivo da presença de Geraldo Alckmin (PSDB) na campanha de Serra. "Sem o apoio do outro [Alckmin], ele [Serra] não teria a mais leve chance", avaliou.
A prefeita licenciada de São Paulo voltou a dizer que é vítima do preconceito da imprensa, especialmente a escrita. "É um acinte o que estão fazendo", criticou.
Apesar de dizer que não se sente "confortável no papel de vítima", Marta disse que é muito atacada. "Que mulher é bom para apanhar, é verdade. Já dizia o Chico Buarque: "Joga pedra na Geni"."
Falando a um público ouvinte de donas-de-casa, Marta disse que "infelizmente" nunca foi dona-de-casa e que, apesar de sempre ter cuidado muito bem dos três filhos, não se incomoda "com uma poeirinha".
A chuva fez a petista cancelar um corpo-a-corpo programado para o início da tarde, em São Miguel Paulista, na zona leste.


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