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PARLAMENTO
CPI do Rio do caso Waldomiro motiva sindicância; Câmara também apura se 5 deputados cobraram empresário
Deputado acusado de extorsão é investigado
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados determinou ontem a abertura de duas
investigações contra integrantes
da Casa. Uma delas resultou na
instalação de uma comissão de
sindicância para apurar a suposta
tentativa do deputado federal André Luiz (PMDB-RJ) de extorquir
o empresário Carlos Cachoeira,
que é investigado por uma CPI da
Assembléia Legislativa do Rio.
Composta por cinco deputados
e chefiada pelo corregedor da Casa, Luiz Piauhylino (sem partido-PE), a comissão deve solicitar as
gravações que mostrariam a tentativa de extorsão ao empresário
-em troca de R$ 4 milhões, Cachoeira teria seu nome excluído
do relatório final da CPI.
Além disso, a Corregedoria da
Casa também recebeu a determinação de apurar um outro caso: as
circunstâncias de pedido de dinheiro feito a um empresário, em
um papel timbrado da Câmara,
para a realização de um evento
particular. A informação foi veiculada na coluna de domingo do
jornalista Elio Gaspari.
O caso que recebeu mais atenção da cúpula da Câmara, porém,
foi o do deputado peemedebista,
que em reportagem desta semana
da revista "Veja" aparece em diálogos gravados tentando negociar
propina como forma de influenciar a retirada do nome de Cachoeira do relatório final da CPI.
A CPI da Assembléia fluminense foi instalada após o surgimento
do caso Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil do governo
federal que também foi gravado
pedindo propina a Cachoeira.
André Luiz nega todas as acusações e diz não reconhecer nenhum diálogo da revista "Veja" .
O presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), afirmou
que, se comprovada a tentativa de
extorsão, o deputado deve ter seu
mandato cassado. Para isso ocorrer, a sindicância -que tem prazo de 20 sessões para apurar-
tem que dar parecer pela abertura
de processo de cassação no Conselho de Ética da Casa. O conselho
faz nova investigação e, caso decida propor a cassação, submete o
parecer à votação secreta no plenário da Câmara. A cassação só
ocorre com o voto de pelo menos
257 dos 513 deputados.
Nos últimos anos, acusados de
irregularidades têm renunciado
como forma de evitar a cassação e
a inelegibilidade de oito anos resultante dela.
André Luiz está em seu primeiro mandato como deputado e é titular da Comissão de Fiscalização
Financeira e Controle. Ele apresentou até hoje 168 proposições,
grande parte delas requerimentos
de convocações de empresários
-em destaque, os do ramo de
combustíveis- e políticos, entre
outros, para prestar esclarecimentos em comissões da Casa.
Gaspari
Em relação ao outro caso, a Câmara não informou quando iniciará a apuração do pedido de dinheiro feito a um empresário, em
papel timbrado da Câmara, para
um evento privado. O evento está
marcado para dezembro, em São
Paulo, e trata de ações sociais feitas por empresas de energia.
De acordo com a coluna de Gaspari, cinco deputados da Comissão de Minas e Energia da Câmara
assinam ofício em que pedem,
além da adesão de um empresário
ao evento, a compra por ele de
uma cota no valor de R$ 70 mil.
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