São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 2005

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CPI DO MENSALÃO

Valério faz sugestões para CPI ficar mais "produtiva"

ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O publicitário Marcos Valério enviou uma série de sugestões à CPI do Mensalão sobre quais documentos os parlamentares devem ter em mãos na acareação que envolverá ele e mais oito pessoas amanhã, entre elas o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
O ofício, encaminhado pelo advogado Marcelo Leonardo, lista cinco sugestões que, diz ele, "tornarão mais eficiente e produtiva a atividade investigatória". Valério é acusado de ser o operador do "mensalão".
No texto, o advogado aconselha os membros da CPI a observar desde os registros de entrada de pessoas na agência do Banco Rural no Brasília Shopping -onde foram feitos saques para repasses- até as quebras de sigilos feitas pela CPI dos Correios.
Na reunião de ontem da CPI do Mensalão, nenhum dos integrantes manifestou se irá seguir as orientações de Valério. Na acareação de amanhã, os acusados poderão consultar seus advogados.

Delúbio pede habeas corpus
A defesa de Delúbio entrou ontem com pedido de habeas corpus preventivo no STF (Supremo Tribunal Federal) para a acareação. Os advogados pedem que ele seja ouvido na condição de investigado, com o direito de não se auto-incriminar durante a sessão.
Anteontem, o ministro do STF Celso de Mello concedeu liminar favorável à OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal) para proteger a atuação de advogados de clientes que vão participar da acareação.
No despacho, Mello ressalta que, se a CPI deixar de cumprir a liminar, os advogados poderão retirar seus clientes da acareação.

Emenda da reeleição
Fracassou a primeira tentativa dos governistas de apurar a compra de votos para aprovar emenda que permitiu a reeleição de Fernando Henrique Cardoso em 1997. Ontem, o ex-deputado Osmir Lima prestou depoimento sem novidades à CPI do Mensalão. Absolvido da acusação de que teria recebido R$ 200 mil para votar em favor da emenda, Lima não mais ocupou cargo público. É aposentado pelo Banco do Brasil e como ex-deputado federal.
O suplente de deputado Chicão Brígido (PMDB-AC) não compareceu à audiência. Hoje deve depor o ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC).


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