São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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Grupo de Jader depende de virada em Belém

Duciomar (PTB) tem 50%, e Priante (PMDB), 39%; para PT, derrota do deputado ajuda Ana Júlia em 2010

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O resultado do segundo turno em Belém pode ter reflexos na aliança entre PT e PMDB no Pará que viabilizou a eleição da governadora petista Ana Júlia Carepa, em 2006.
A vitória do prefeito Duciomar Costa (PTB), líder nas pesquisas, é vista como menos prejudicial à tentativa de reeleição de Ana Júlia, principalmente por ele não ser tão conhecido em outras regiões do Pará.
Já seu adversário, José Priante (PMDB), é primo do deputado federal Jader Barbalho (PMDB) e o primeiro político do grupo do ex-senador a ter chances reais de se eleger na cidade desde 1992.
Segundo pesquisa Ibope divulgada na última quarta-feira, o prefeito tem 50% das intenções de voto, e o peemedebista, 39% -a margem de erro é de quatro pontos percentuais.
Se contrariar as pesquisas e ganhar, ele dará à família o controle sobre a zona metropolitana de Belém, já que um filho de Jader, Helder Barbalho, conseguiu se reeleger em Ananindeua, principal município nos arredores da capital.
Algumas alas petistas temem que a vitória do primo de Jader possa fortalecer o PMDB e encorajar o partido a lançar um candidato próprio ao governo em 2010, desfazendo a parceria com o PT e Ana Júlia.
O prefeito petebista, que pediu e conseguiu a neutralidade de Ana Júlia no segundo turno, apostou durante toda a campanha na publicidade das obras de sua gestão, boa parte delas começadas apenas neste ano.
Apesar da neutralidade da governadora, o PT em Belém anunciou apoio à candidatura do peemedebista logo após o primeiro turno. A aliança era esperada desde o dia 5, quando PT e PMDB acenaram com a possibilidade de apoio mútuo, independentemente de qual deles passasse à fase seguinte.
Priante, classificado para o segundo turno com diferença de menos de um ponto percentual em relação ao terceiro colocado, Mário Cardoso (PT), uniu a oposição em torno de um discurso de renovação, sem associação direta a Jader.
Mesmo com os candidatos respondendo a processos por supostos desvios de recursos públicos, o clima da disputa era amistoso até as últimas semanas, quando as acusações se intensificaram e eles chegaram a bater boca. Eles negam envolvimento nas irregularidades.


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