São Paulo, segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Acusada de uso da máquina, Dilma diz sofrer preconceito

Ministra afirma que é alvo da oposição por ser mulher e defende viagens com Lula

Em evento em SP, pré-candidata negou ainda a intenção de deixar Casa Civil para poder se dedicar integralmente à disputa

Adriano Vizoni/Folha Imagem
Dilma Rousseff, em debate do PT e movimentos sociais em SP

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem, em São Paulo, que a oposição tem preconceito pelo fato de ela ser mulher e, por isso, a acusa de uso da máquina pública na pré-campanha eleitoral.
Questionada sobre sua extensa agenda de vistoria a obras e inaugurações ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a pré-candidata do PT ao Planalto afirmou: "É um preconceito contra a mulher. Eu posso ir para a cozinha cozinhar o projeto. Mas, na hora de servir na sala, nem ver".
Dilma disse que, por ocupar a Casa Civil, coordena os principais projetos do governo federal e que "não caiu de paraquedas" nas agendas de Lula.
"Eu acho engraçadíssimo, na real. Ninguém desconhece que coordenei o pré-sal. O que eu sofri com esse PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Eu participei, eu ajudei a fazer. Não posso ir olhar? Eu não posso participar da inauguração?", questionou.
Na campanha eleitoral pela Prefeitura de São Paulo no ano passado, a então candidata do PT, Marta Suplicy, também se disse vítima de preconceito por ser mulher. Ela acabou derrotada no segundo turno.
Ao lado do presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, a ministra encerrou ontem à tarde, em um hotel da área central de São Paulo, um ciclo de debates do partido com movimentos sociais, entre eles o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Dilma negou que pretenda deixar o cargo para se dedicar integralmente à pré-campanha a presidente: "Não está na hora ainda de discutir esse ponto. A impressão que eu tenho é que esse é um debate antecipado".
Na semana passada, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carlos Ayres Britto, disse que há uma "tentação muito forte" por parte dos que estão no poder de antecipar o processo eleitoral.
O presidente do Supremo, Gilmar Mendes, chegou a chamar a visita de Lula, Dilma e Ciro Gomes (PSB-CE) às obras de transposição do rio São Francisco de "vale-tudo".

PMDB
Berzoini e a ministra se mostraram otimistas quanto às negociações do PT com seus aliados, especialmente com os peemedebistas. "Não há nada garantido, mas em evolução. Até as convenções dos dois partidos, será trabalho duro dos dois lados", disse ele.
Sobre o apoio do PMDB paulista ao governador do Estado, José Serra (PSDB), Berzoini afirmou que prefeitos do interior têm procurado o PT para se engajar na pré-campanha da ministra, que também elogiou o PMDB: "Quanto mais acordos programáticos, melhor para o país", disse Dilma.


Texto Anterior: Delação premiada gera doações para entidades sociais
Próximo Texto: CPI do MST não será palco para oposição, diz PT
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.