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Acusada de uso da máquina, Dilma diz sofrer preconceito
Ministra afirma que é alvo da oposição por ser mulher e defende viagens com Lula
Em evento em SP, pré-candidata negou ainda a intenção de deixar Casa Civil para poder se dedicar integralmente à disputa
Adriano Vizoni/Folha Imagem
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Dilma Rousseff, em debate do PT e movimentos sociais em SP
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem, em
São Paulo, que a oposição tem
preconceito pelo fato de ela ser
mulher e, por isso, a acusa de
uso da máquina pública na pré-campanha eleitoral.
Questionada sobre sua extensa agenda de vistoria a obras
e inaugurações ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a pré-candidata do PT ao
Planalto afirmou: "É um preconceito contra a mulher. Eu
posso ir para a cozinha cozinhar o projeto. Mas, na hora de
servir na sala, nem ver".
Dilma disse que, por ocupar a
Casa Civil, coordena os principais projetos do governo federal e que "não caiu de paraquedas" nas agendas de Lula.
"Eu acho engraçadíssimo, na
real. Ninguém desconhece que
coordenei o pré-sal. O que eu
sofri com esse PAC [Programa
de Aceleração do Crescimento]. Eu participei, eu ajudei a fazer. Não posso ir olhar? Eu não
posso participar da inauguração?", questionou.
Na campanha eleitoral pela
Prefeitura de São Paulo no ano
passado, a então candidata do
PT, Marta Suplicy, também se
disse vítima de preconceito por
ser mulher. Ela acabou derrotada no segundo turno.
Ao lado do presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, a
ministra encerrou ontem à tarde, em um hotel da área central
de São Paulo, um ciclo de debates do partido com movimentos sociais, entre eles o MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Dilma negou que pretenda
deixar o cargo para se dedicar
integralmente à pré-campanha
a presidente: "Não está na hora
ainda de discutir esse ponto. A
impressão que eu tenho é que
esse é um debate antecipado".
Na semana passada, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Carlos Ayres
Britto, disse que há uma "tentação muito forte" por parte dos
que estão no poder de antecipar o processo eleitoral.
O presidente do Supremo,
Gilmar Mendes, chegou a chamar a visita de Lula, Dilma e Ciro Gomes (PSB-CE) às obras de
transposição do rio São Francisco de "vale-tudo".
PMDB
Berzoini e a ministra se mostraram otimistas quanto às negociações do PT com seus aliados, especialmente com os peemedebistas. "Não há nada garantido, mas em evolução. Até
as convenções dos dois partidos, será trabalho duro dos dois
lados", disse ele.
Sobre o apoio do PMDB paulista ao governador do Estado,
José Serra (PSDB), Berzoini
afirmou que prefeitos do interior têm procurado o PT para se
engajar na pré-campanha da
ministra, que também elogiou
o PMDB: "Quanto mais acordos programáticos, melhor para o país", disse Dilma.
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