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Delação premiada gera doações para entidades sociais
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos instrumentos da
Justiça que tem sido usado
para gerar doações a entidades sociais é a delação premiada -instituto que prevê a
redução da pena de um acusado desde que este ajude na
investigação criminal.
Nos últimos três anos, réus
acusados na 6ª Vara Criminal de São Paulo, especializada em crimes financeiros e
lavagem de dinheiro, pagaram cerca de R$ 5,7 milhões
de indenização para 20 instituições de caridade.
O acordo com o réu é fechado pelo Ministério Público e homologado pela Justiça. Além do pagamento, o
acusado deve colaborar com
a investigação de forma efetiva, revelando comparsas e
apresentando provas.
O valor da doação depende
da capacidade de pagamento
do réu, da dimensão do crime
e da culpabilidade. O réu entrega o dinheiro à entidade e
mostra a nota à Justiça.
Para ser escolhida, a instituição deve apresentar um
projeto definido de investimento, ter localização prioritária na periferia, ter evidente dificuldade de manutenção, atender crianças, idosos
ou portadores de problemas
crônicos e ter toda a documentação regular.
Um dos maiores acordos
de delação premiada fechado
na 2ª Vara Federal de Curitiba envolveu o empresário
Antonio Celso Garcia, que foi
condenado por administrar
de forma criminosa um consórcio de automóveis.
Após acordo com o Ministério Público Federal, homologado pelo juiz Sergio Fernando Moro, o réu pagou
cerca de R$ 10 milhões para
os consorciados lesados (reparação parcial), e revelou
diversos fatos criminais importantes, incluindo a interceptação ilegal do telefone
do magistrado e o envolvimento de desembargadores
federais em esquemas de
corrupção.
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