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PMDB gaúcho resiste a aliança nacional com PT
Antagonismo histórico deve levar partido a integrar palanque tucano no Estado
Pesquisas apontam o petista Tarso Genro como favorito, seguido por dois peemedebistas; Serra já sinalizou apoio ao PMDB-RS
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Um dos focos de resistência à
aliança nacional PT-PMDB para a disputa da Presidência no
ano que vem, o PMDB do Rio
Grande do Sul trabalha para ser
o principal destino do voto antipetista na sucessão gaúcha.
No plano nacional, os peemedebistas do Estado estão mais
próximos de José Serra (PSDB)
do que de Dilma Rousseff (PT).
Com a governadora Yeda
Crusius (PSDB) -que pode disputar a reeleição- fragilizada
por uma crise política, as pesquisas de opinião divulgadas
até agora mostram como favorito para a sucessão gaúcha o
petista Tarso Genro, seguido
por dois pré-candidatos do
PMDB: o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, e o ex-governador Germano Rigotto.
Além da provável polaridade
com o PT na sucessão estadual
de 2010, a resistência do
PMDB-RS ao pré-acordo com
Dilma é alimentada pelo fato de
os dois partidos serem antagonistas históricos no Estado.
Nas últimas quatro eleições
presidenciais, os peemedebistas gaúchos pediram votos para
tucanos -FHC (1994 e 1998),
José Serra (2002) e Geraldo
Alckmin (2006)- contra Lula.
"O natural seria repetir no
Rio Grande do Sul a aliança nacional, mas a possibilidade é zero se for mantido esse acordo
com o PT. Se isso acontecer, estaremos à revelia da decisão nacional", diz o senador Pedro Simon, presidente do PMDB-RS.
Nos bastidores, Serra já sinalizou que está disposto a apoiar
o PMDB no RS, rifando Yeda
por causa do seu desgaste.
"Os tucanos já disseram que
gostariam de apoiar o PMDB se
for o Fogaça, mas ainda há uma
grande interrogação. A decisão
deve passar por ela [Yeda] e pelo PSDB nacional", diz Simon.
Na semana passada, o ex-governador Orestes Quércia
(PMDB-SP), um dos operadores serristas mais ativos, telefonou para Fogaça e esteve reunido com Rigotto em São Paulo.
Quércia reclamou do pré-acordo fechado pela cúpula nacional do partido com Lula e tratou da possibilidade de o
PMDB gaúcho ser o palanque
de Serra no Estado.
PT e PMDB já antecipam os
lances da disputa pela sucessão
do Rio Grande do Sul na Assembleia Legislativa. Na oposição, os petistas miram em Yeda
para acertar também no
PMDB, principal fiador da governabilidade da tucana. Foi
assim no processo de impeachment contra ela, arquivado na
semana passada.
Embora fossem remotas as
chances de afastar a governadora, que tem maioria na Assembleia, petistas apostaram
na continuidade do processo
para obrigar aliados, em especial o PMDB, a se comprometerem publicamente com a operação de salvamento de Yeda.
"Aqui não tem como ter
aliança com o PMDB, que sempre navegou na nau neoliberal e
sustenta esse governo que envergonha o Estado. Será uma
extensão do palanque do Serra.
O melhor para Dilma aqui é o
nosso palanque", afirma o ex-governador Olívio Dutra, presidente do PT-RS.
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