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Povoado de Jabuti espera chegada de luz há 20 anos
DO ENVIADO AO MARANHÃO
Formado por 12 casas na zona rural de Esperantinópolis
(MA), o povoado de Jabuti pacientemente espera por energia elétrica há mais de 20 anos.
Encravado entre morros cobertos de palmeiras de babaçu
no interior do Maranhão, a 350
km de São Luís, o município é
um dos que, segundo processo
que corre no TCU, registraram
fraudes no Luz para Todos.
O número de consumidores
de energia em Esperantinópolis caiu de 4.139 para 4.108 entre 2004 e 2006, embora tenham sido feitas 102 ligações
do Luz para Todos no período.
Para o sindicato de funcionários da companhia energética
do Estado (a Cemar), o número
de consumidores deveria ter
aumentado com o programa de
eletrificação -a menos que tivesse havido um esvaziamento
na zona rural, o que, segundo a
entidade, não foi comprovado.
O sindicato cita outra cidade,
a de Pedro do Rosário, a 126 km
de São Luís, que recebeu 1.407
ligações, mas registrou queda
do número de famílias com luz
elétrica -de 1.046 para 1.027.
A Cemar alega que os sindicalistas usaram dados desatualizados e nega fraude.
Esperantinópolis já teve outros nomes. "Era Centro do Boi,
depois passou a ser Boa Esperança e agora é Esperantinópolis. O nome ficou mais bonito,
mas a energia não chegou", reclama Maria das Graças, 56,
matriarca do povoado Jabuti.
"Tenho esperança, porque
sempre vejo o Lula falar que
tem luz para todos", diz o agricultor Cícero Vicente dos Santos, 61, marido de Maria das
Graças. Ver é modo de falar. Cícero escuta pelo rádio à pilha o
presidente, de quem é eleitor.
Além de suas utilidades comuns, a energia elétrica para o
povoado seria importante no
processo de aproveitamento do
coco de babaçu, cuja casca serve à produção de carvão.
O povoado nunca teve energia em casa. Seus moradores tomam banho frio de balde, jantam à luz de lamparina e dormem por volta das 19h.
(HC)
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