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COTIDIANO
Engenheiro que matou garoto de 11 anos perdeu a visão de um olho e está em estado grave; motim continua
Rebelião em prisão de Taubaté deixa 1 morto e 7 feridos
CAROLINA FARIAS
MARIA TERESA MORAES
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
Os 310 presos da Cadeia Pública
de Taubaté iniciaram uma rebelião na madrugada de ontem, por
volta das 4h, que destruiu as 20 celas da unidade, feriu sete e provocou a morte de um detento.
A rebelião começou quando alguns presos dominaram os carcereiros de plantão e tentaram empreender uma fuga em massa,
que foi contida a tiros pelos policiais de plantão -anexo à cadeia,
funciona o 1º Distrito Policial.
Quatro presos fugiram, e dois já
foram recapturados pela polícia.
Com a fuga em massa frustrada,
três carcereiros e um agente policial foram feitos reféns.
Os rebelados, que controlam toda a parte da cadeia onde estão as
celas, exigem a transferência de 80
presos para presídios da Coespe
(Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do Estado
de São Paulo).
O diretor da cadeia, Francisco
Amêndola Neto, disse que a unidade, que abriga 310 detentos,
tem capacidade para 80 presos.
Até as 15h30 de ontem, os reféns
não haviam sido libertados.
Segundo o padre Afonso Lobato, da Pastoral Carcerária, que está intermediando a negociação, os
reféns estão bem, mas os presos
afirmam que o número de mortos
na cadeia pode chegar a três.
Os rebelados estão armados
com facas, estiletes e armas improvisadas e destruíram toda a
instalação elétrica e hidráulica da
cadeia.
Após o início da rebelião, grupos rivais se enfrentaram e sete
presos foram esfaqueados. Quatro deles já foram atendidos pelo
Pronto-Socorro de Taubaté, liberados e levados de volta à cadeia,
onde ficaram em local isolado.
A única morte confirmada até
agora é a de Daniel Silva Botelho,
que cumpria pena por tráfico de
drogas e roubo. Ele foi morto dentro de uma das celas.
O engenheiro Lúcio Fernando
Arena de Assis, 37, preso há uma
semana acusado de matar a pauladas um garoto de 11 anos, filho
de sua ex-namorada, foi levado
para o Pronto-Socorro Municipal
gravemente ferido após ter sido
espancado pelos detentos.
Segundo o delegado-seccional
de Taubaté, Roberto Martins de
Barros, o engenheiro, que foi
transferido para o Hosic (Hospital Santa Isabel de Clínicas), está
com politraumatismo craniano e
perdeu a visão de um olho.
As negociações com os presos
estão sendo feitas pela juíza-corregedora Sueli Armani Zeraik, pela direção da cadeia e pelo delegado-seccional.
Segundo o 5º Batalhão da Polícia Militar de Taubaté, 80 policiais
estão participando da operação,
divididos em pelotão de choque,
radiopatrulha e canil
Às 14h30, a juíza afirmou que
havia conseguido 50 vagas em
unidades da Coespe para a transferência de presos.
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