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Produção visa preservar tradição
DA REDAÇÃO
DA AGÊNCIA FOLHA
Uns dos principais desafios dos
iauanauás foi adaptar sua forma
tradicional de produção -na
qual o índio só praticava atividades de subsistência- à necessidade de atender à demanda do
mercado externo.
"O "time" do mercado é diferente do da pessoa que vive na aldeia.
Aqui, se ela acorda de manhã e está com vontade de pescar, por
exemplo, pode passar o dia inteiro pescando. Não se preocupa se
terá de entregar uma certa produção no final do mês para que um
cliente possa tocar seus negócios", explica Joaquim Tashka Yawanawá, representante internacional da aldeia.
Tashka conta ainda que demorou muito tempo para que a toda
essa mudança fosse implantada
na comunidade sem interferir no
cotidiano dos índios.
A forma de trabalho dos iauanauás na produção do urucum é
coletiva. Todas as famílias mandam representantes para participar da colheita e da preparação da
planta para exportação.
"Temos discutido em reuniões
como é valiosa a forma tradicional de organização de nosso povo
em trabalhos coletivos e na distribuição de funções que visa a toda
a estrutura da comunidade, e não
apenas ao mercado externo."
O lucro tanto da venda do urucum é destinado a projetos que visam toda a aldeia.
Durante as colheitas (fevereiro a
abril e julho a setembro), os iauanauás também recebem pelo que
trabalham. Cada índio ganha R$ 7
por dia de trabalho.
(NM e SM)
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