São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2000

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Produção visa preservar tradição

DA REDAÇÃO
DA AGÊNCIA FOLHA


Uns dos principais desafios dos iauanauás foi adaptar sua forma tradicional de produção -na qual o índio só praticava atividades de subsistência- à necessidade de atender à demanda do mercado externo.
"O "time" do mercado é diferente do da pessoa que vive na aldeia. Aqui, se ela acorda de manhã e está com vontade de pescar, por exemplo, pode passar o dia inteiro pescando. Não se preocupa se terá de entregar uma certa produção no final do mês para que um cliente possa tocar seus negócios", explica Joaquim Tashka Yawanawá, representante internacional da aldeia.
Tashka conta ainda que demorou muito tempo para que a toda essa mudança fosse implantada na comunidade sem interferir no cotidiano dos índios.
A forma de trabalho dos iauanauás na produção do urucum é coletiva. Todas as famílias mandam representantes para participar da colheita e da preparação da planta para exportação.
"Temos discutido em reuniões como é valiosa a forma tradicional de organização de nosso povo em trabalhos coletivos e na distribuição de funções que visa a toda a estrutura da comunidade, e não apenas ao mercado externo."
O lucro tanto da venda do urucum é destinado a projetos que visam toda a aldeia.
Durante as colheitas (fevereiro a abril e julho a setembro), os iauanauás também recebem pelo que trabalham. Cada índio ganha R$ 7 por dia de trabalho. (NM e SM)


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