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Para Aécio, crise não basta para vitória do PSDB
DA REDAÇÃO
Depois de defender a permanência do ministro Antonio Palocci (Fazenda) no cargo, na última quarta-feira, o pré-candidato
tucano à Presidência Aécio Neves
afirmou ontem, em entrevista ao
UOL News, que a desmoralização
do PT não é suficiente para levar o
PSDB ao governo. Para ele, o partido precisa "reconhecer alguns
equívocos". Entre eles, a falta de
alianças "mais alinhadas aos partidos de centro-esquerda".
"Não sou favorável à tese de que
apenas a fragilização do presidente Lula e a desmoralização do PT
levarão o PSDB ao governo. Precisamos apresentar algo novo."
Sobre o processo de cassação do
mandato do deputado José Dirceu (PT-SP), o governador de Minas Gerais classificou de "constrangedora e incômoda" a "interferência" do STF (Supremo Tribunal Federal) no Legislativo.
"É um retrocesso, mas acho que
o bom senso vai prevalecer e o Supremo encontrará uma forma
adequada para sair dessa situação
constrangedora e incômoda em
que ele se colocou."
O tucano disse também que alguns setores do PT são os maiores
interessados na saída de Palocci
do ministério. "Eu sou mais o Ronaldinho Gaúcho, mas isso não
faz com que eu deixe de gostar do
ministro Palocci [em referência à
comparação feita anteontem por
Lula entre o jogador e o ministro].
[...] É um erro atirar no Palocci.
Esse não é problema do PSDB."
Candidatura
Aécio disse ao UOL News que o
candidato do PSDB à Presidência
não poderá ser escolhido por uma
única instância tucana e que o
país é refém de São Paulo. "Uma
candidatura forte tem de ter uma
grande dose de naturalidade. Ela
não pode ser fruto de uma imposição de setores mais fortes do
partido sobre outros. Isso até pode viabilizar a candidatura, mas
vai distanciá-la da vitória."
"No Brasil, somos todos, de alguma forma, reféns da força econômica, e, agora, política, de São
Paulo", afirmou Aécio.
"O meu papel nessa eleição,
muito mais do que ser candidato,
é permitir que o partido discuta
nacionalmente o seu projeto e que
não tenha uma candidatura nacional definida em uma convenção regional."
Segundo ele, o PSDB fará, em
2006, uma aliança natural com o
PFL, mas o candidato só será definido em março. "Não vejo outras
forças expressivas conosco."
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