São Paulo, sábado, 26 de novembro de 2005

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Para Aécio, crise não basta para vitória do PSDB

DA REDAÇÃO

Depois de defender a permanência do ministro Antonio Palocci (Fazenda) no cargo, na última quarta-feira, o pré-candidato tucano à Presidência Aécio Neves afirmou ontem, em entrevista ao UOL News, que a desmoralização do PT não é suficiente para levar o PSDB ao governo. Para ele, o partido precisa "reconhecer alguns equívocos". Entre eles, a falta de alianças "mais alinhadas aos partidos de centro-esquerda".
"Não sou favorável à tese de que apenas a fragilização do presidente Lula e a desmoralização do PT levarão o PSDB ao governo. Precisamos apresentar algo novo."
Sobre o processo de cassação do mandato do deputado José Dirceu (PT-SP), o governador de Minas Gerais classificou de "constrangedora e incômoda" a "interferência" do STF (Supremo Tribunal Federal) no Legislativo.
"É um retrocesso, mas acho que o bom senso vai prevalecer e o Supremo encontrará uma forma adequada para sair dessa situação constrangedora e incômoda em que ele se colocou."
O tucano disse também que alguns setores do PT são os maiores interessados na saída de Palocci do ministério. "Eu sou mais o Ronaldinho Gaúcho, mas isso não faz com que eu deixe de gostar do ministro Palocci [em referência à comparação feita anteontem por Lula entre o jogador e o ministro]. [...] É um erro atirar no Palocci. Esse não é problema do PSDB."

Candidatura
Aécio disse ao UOL News que o candidato do PSDB à Presidência não poderá ser escolhido por uma única instância tucana e que o país é refém de São Paulo. "Uma candidatura forte tem de ter uma grande dose de naturalidade. Ela não pode ser fruto de uma imposição de setores mais fortes do partido sobre outros. Isso até pode viabilizar a candidatura, mas vai distanciá-la da vitória."
"No Brasil, somos todos, de alguma forma, reféns da força econômica, e, agora, política, de São Paulo", afirmou Aécio.
"O meu papel nessa eleição, muito mais do que ser candidato, é permitir que o partido discuta nacionalmente o seu projeto e que não tenha uma candidatura nacional definida em uma convenção regional."
Segundo ele, o PSDB fará, em 2006, uma aliança natural com o PFL, mas o candidato só será definido em março. "Não vejo outras forças expressivas conosco."


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