São Paulo, segunda-feira, 26 de novembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Olha eu aqui

A cúpula do PT traçou meta ousada para as eleições internas que realizará no domingo que vem: levar pelo menos 320 mil filiados para escolher o comando de seus diretórios nacional, estaduais e municipais.
Trata-se de um número superior aos 210 mil que participaram do congresso petista deste ano e aos 314 mil que foram às urnas na disputa de 2005, em meio à crise do mensalão. O quórum daquela ocasião foi propagandeado pelos dirigentes como "prova" de que a militância não havia se esvaído por causa dos escândalos. Agora, o objetivo é outro: sinalizar para Lula, cada vez menos necessitado do partido, que o PT tem força para liderar o processo de sua sucessão em 2010.

Pajelança. Cássio Cunha Lima (PB), o mais explícito dos governadores tucanos na defesa da CPMF, ofereceu-se para ser o anfitrião de um encontro em que seus pares fariam um apelo aos senadores do partido, hoje refratários a votar com o governo pela prorrogação do imposto.

Me dê motivo. Ainda que não tenham ascendência sobre toda a bancada, os governadores acham que sua entrada oficial na discussão dará discurso aos senadores que querem votar a favor: estariam atendendo a um chamado do partido, e não de Lula.

Veja só. A agência de notícias do Ministério da Saúde entrou na campanha pró-CPMF. Informação divulgada na sexta-feira dava conta de que o Distrito Federal -governado pelo DEM, adversário da renovação- receberá neste ano R$ 16,8 mi para a saúde oriundos do imposto.

Santinhos. Garibaldi Alves (PMDB-RN) faz campanha aberta pela presidência do Senado. No casamento da filha do marqueteiro de Lula, João Santana, pedia votos e dizia contar com o apoio de José Maranhão (PB), antes cotado para assumir a vaga.

Posteridade. As reuniões ministeriais e de órgãos como o conselho político de Lula são sempre gravadas, mas a íntegra não é divulgada pela secretaria de imprensa da Presidência. O registro vai direto para o "cofre do Gilberto Carvalho", diz um palaciano.

Lupa 1. A gestão José Serra (PSDB) contratou a Fipe por R$ 540 mil para acompanhar a execução do Orçamento da União. Os estudos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas serão apresentados por um ano e incluem análises comparativas dos gastos do governo Lula com São Paulo e outros Estados.

Lupa 2. Os dados serão centralizados por Francisco Luna, secretário de Planejamento de Serra. Em posse dos números, o presidenciável tucano terá não só maior poder de argumentação nas negociações com o Planalto mas também uma forte arma eleitoral.

Canelada. Deputados estaduais paulistas organizam um campeonato de futebol no qual terão como adversários times de promotores, juízes e secretários de Serra. Os jogos ocorrerão em dezembro.

Vapt-vupt. A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou na quinta -sem dar tempo para que Eduardo Suplicy (PT-SP) esboçasse reação- um voto de aplauso ao rei Juan Carlos pelo já célebre "Por que não se cala?".

Olheiro. O ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PC do B-SP) será um dos quatro deputados brasileiros que viajarão na quinta a Caracas, a convite do conselho eleitoral da Venezuela, para atuar como observadores do referendo que acontece dias depois.

Vôo solo. A PF desistiu de esperar uma definição do Exército para operação conjunta em Roraima de retirada dos arrozeiros da reserva indígena Raposa-Serra do Sol. Os federais, agora, vão refazer a estratégia e agir sozinhos na área num prazo de até 40 dias.

Tiroteio

Precipitar o debate de 2010, como fazem PT e PSDB, é típico de quem não conhece a máxima de Neném Prancha: "treino é treino, jogo é jogo".


Do deputado MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ), integrante do grupo de parlamentares que apóia o presidenciável Ciro Gomes (PSB-CE), citando umas das frases atribuídas ao folclórico ex-roupeiro do Botafogo para criticar a polarização do debate eleitoral entre tucanos e petistas.

Contraponto

Freio extra

Em 1984, peemedebistas do Paraná viajavam pelo Estado em campanha pelas Diretas Já. Em uma dessas ocasiões, embarcaram num bimotor a caminho do interior o então presidente do PMDB estadual, hoje senador tucano Álvaro Dias, o dirigente Ezequias Moreira, o deputado Hélio Duque e o cantor Wando, que animava os comícios.
No meio da viagem, a porta da aeronave simplesmente se abriu. A apreensão cresceu quando o piloto, já próximo da pista de aterrissagem, avisou aos passageiros:
-Não tem freio! Torçam para que pare dentro da pista!
O avião tocou o chão. Dias, sem hesitar, pôs a perna para fora pela porta aberta e meteu o pé no chão.
O avião de fato parou. Só que Dias acabou sem sapato.


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