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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Aliança no pré-sal
No meio da reunião PT-PMDB para mapear a perspectiva de aliança nos Estados, o deputado peemedebista Eduardo Cunha (RJ) lançou um alerta sobre o
potencial efeito negativo da partilha dos royalties do
pré-sal, tal como desenhada pelo Planalto e endossada pelos petistas na Câmara, sobre as chances de reeleição do governador do Rio, Sérgio Cabral.
O líder da bancada, Henrique Alves (RN), cortou o
discurso na hora. Disse que o assunto ali era outro.
Mas, na disputa pelo dinheiro do pré-sal, deputados
fluminenses fazem questão de lembrar diariamente
aos líderes governistas que o Rio é o Estado com mais
peso (10% dos votos) na convenção que formalizará
ou não o apoio do partido a Dilma Rousseff.
Corda esticada. Durante
a reunião, Ricardo Berzoini
pediu "paciência" nos Estados onde a aliança não fecha,
dada a existência de candidatos do PT e do PMDB. Henrique Alves devolveu: "Temos
que resolver sem paciência
mesmo, senão quem vai perder a paciência é o eleitor".
Calendário. Caberá ao deputado Geraldo Magela (DF)
apresentar a proposta de antecipar a posse da nova direção do PT, que se daria em fevereiro, como forma de acelerar as articulações da candidatura de Dilma. A ideia tem a
simpatia do presidente eleito, José Eduardo Dutra, e antipatia do atual, Berzoini.
De uma vez. Diferentemente do ministro Patrus
Ananias, que se manifesta favorável às prévias, o outro
pré-candidato do PT ao governo de Minas, Fernando Pimentel, defende que a questão seja resolvida agora, no segundo turno da eleição do diretório estadual. "Um dos
candidatos me apoia, o outro apoia o Patrus. O resultado vai sinalizar o caminho do partido", diz o ex-prefeito de BH.
Time. O PT escalou Ary Vannazi, administrador de São Leopoldo (RS) e próximo
de Dilma, para fazer a ponte entre prefeitos e a campanha.
Como você. Em encontro
nesta semana, José Serra
(PSDB) pediu a Jarbas Vasconcelos (PMDB) que dispute
o governo de Pernambuco.
Ele respondeu que fará como
o tucano: decidirá em março.
Bordão. O novo alvo do PT
na Assembleia paulista é a autorização obtida pelo governo
para vender a Cosesp (Companhia de Seguros do Estado
de São Paulo). "Só falta vender uma parte da Cesp, que
ninguém quer", diz o deputado petista Roberto Felício.
Agenda livre 1. O avião
da FAB que levou Lulinha e 15
acompanhantes de São Paulo
a Brasília aterrissou na madrugada de 10 de outubro, um
sábado com feriado na segunda. O último item na agenda
de Lula para o dia 9, sexta, foi
às 15h30. Depois, ele passou
três dias "sem compromissos
oficiais". Segundo o Planalto,
o grupo era formado por "convidados do presidente".
Agenda livre 2. Na sexta,
Lula iria a uma feira na Marina da Glória, mas cancelou
devido ao mau tempo no Rio.
Pilão. E segue o entusiasmo
de Lula com o programa de
aceleração de seu regime. Em
reunião com ministros, o presidente exibiu orgulhoso a folga na cintura da calça do terno
usado na posse, em 2003.
FHC em DC. Em palestra
no dia 12 no instituto de Diálogo Interamericano, em
Washington, o ex-presidente
tucano falará da evolução das
relações EUA-América Latina
e da crescente influência do
Brasil no hemisfério.
Visita à Folha. Antonio
Sérgio Petrilli, diretor-geral
do Graacc (Grupo de Apoio ao
Adolescente e à Criança com Câncer), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de
José Helio Contador Filho,
superintendente administrativo-financeiro, Shysleine Rita Tomasi Rocha, gerente de
marketing, e Charles Magno,
assessor de imprensa.
com SILVIO NAVARRO e ANDREZA MATAIS
Tiroteio
"O encontro pró-candidatura própria do PMDB
é o maior Cavalo de Troia da política
brasileira. Dentro só tem inimigo."
Do deputado ANDRÉ VARGAS (PT-PR), sobre reunião
promovida no sábado passado em Curitiba pelo governador
do Paraná, Roberto Requião, para se contrapor à tese de
adesão imediata do partido à candidatura de Dilma Rousseff.
Contraponto
A postos
A história foi contada pelo sociólogo Francisco de Oliveira no evento comemorativo dos 40 anos do Cebrap
(Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
Durante o regime militar, Ulysses Guimarães foi a Sergipe para um encontro do então MDB. Em sua palestra,
comparou a trajetória da oposição brasileira à "Odisseia",
poema clássico de Homero sobre o retorno do herói Ulisses à terra natal. Na plateia, formada majoritariamente
por funcionários da Prefeitura de Aracaju, muitos caíram
no sono. Até que o palestrante elevou a voz:
-Agamenon!- gritou, referindo-se ao rei de Micenas.
Acordado de súbito, um dos presentes se ergueu:
-Pronto, doutor!
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