|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Procuradoria apresenta nova denúncia sobre Incra de MT
Suspeita de irregularidade está em processo de desapropriação de terras iniciado em 98
Dois ex-superintendentes e
outros 11 servidores foram
denunciados; agora são 19
os funcionários suspeitos
de participação no esquema
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O Ministério Público Federal
propôs nova denúncia ligada ao
suposto esquema de fraudes
que era operado da superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Mato Grosso.
Desta vez, a suspeita recai sobre processo de desapropriação
de terras iniciado em 1998 em
Confresa (930 km de Cuiabá).
A fazenda São Vicente tem
35.001 hectares e foi avaliada
pelos técnicos do Incra em R$
4.658.141. É a sétima área a ser
investigada e denunciada como
irregular pelo procurador da
República Mário Lúcio Avelar.
Entre os denunciados estão
dois ex-superintendentes do
órgão: João Bosco de Morais,
preso e exonerado na semana
passada, e Clóvis Figueiredo
Cardoso, que dirigia o Incra na
época do processo investigado
e hoje é advogado de defesa de
Morais. Outros 11 funcionários
foram denunciados, e agora são
19 os servidores suspeitos de
envolvimento no esquema.
Por meio de fraudes, diz Avelar, limites de áreas de particulares eram deslocados para terras devolutas, que eram submetidas a desapropriação. Na
área de Confresa havia titulações que remetiam, originariamente, a uma terra indígena.
O procurador disse ver "com
preocupação" a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª
Região, que concedeu habeas
corpus aos 14 presos na semana
passada sob suspeita de integrar o esquema. "Pode favorecer a destruição de provas."
Libertado no domingo, Morais disse que não chefiava o Incra no período. Seis dos processos sob suspeição foram realizados na gestão de Leonel
Wohlfahrt (de 2003 a 2007).
De Santa Catarina, ele disse
que não foi notificado. "Mas asseguro que fizemos tudo seguindo as normas." Para Cardoso, a inclusão de seu nome na
denúncia é "perseguição".
O Incra-MT também é investigado pela PF que, em agosto,
deflagrou operação que apura
esquemas de corrupção no órgão e na Receita Federal.
Texto Anterior: Militares priorizam gastos com pessoal Próximo Texto: Operação Satiagraha: Justiça autoriza envio para os EUA de arquivos de Dantas Índice
|