São Paulo, sábado, 26 de dezembro de 2009

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Em ano de crise, 40% desaprovam Congresso

Índice de reprovação está quatro pontos mais baixo em relação ao levantamento de agosto, auge de escândalo no Senado

Em 2009, avaliação negativa chegou ao nível registrado pelo Datafolha em 2007, quando surgiram denúncias contra Renan Calheiros


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após atravessar um ano marcado por escândalos, o Congresso Nacional chega ao final de 2009 com 40% de avaliação negativa, revela o Datafolha. A dez meses das eleições, o índice de reprovação é quatro pontos mais baixo que em agosto, auge da crise do Senado.
Segundo o último Datafolha, realizado entre os dias 14 e 18, 39% dos brasileiros consideram regular o desempenho de deputados e senadores da atual legislatura. O trabalho do Congresso é ótimo ou bom para apenas 15% dos entrevistados.
Em agosto, após o surgimento de denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a taxa de reprovação do Congresso chegou a 44%, o mesmo patamar de novembro de 2007 (45%) quando o presidente do Senado è época, Renan Calheiros (PMDB-AL), estava no centro de uma crise política. Há quatro meses, o desempenho do Congresso era apontado como ótimo ou bom por 14% dos eleitores. Para 36%, era regular.
Em 2009, o Congresso foi palco de sucessivas crises, da revelação de que o Senado se valia de atos secretos para esconder nomeações ao escândalo que ficou conhecido como farra das passagens -em que congressistas chegaram a vender bilhetes aéreos de sua cota individual, além de presentear parentes e amigos.
No auge do escândalo do mensalão, no ano de 2005, a avaliação negativa do Congresso atingiu o recorde de 48%.
Embora menor, a taxa de reprovação é hoje -a menos de um ano da eleição que vai renovar toda a Câmara dos Deputados e dois terços do Senado- dez pontos superior à de março de 2007 (30%). O Datafolha ouviu 11.429 pessoas em 381 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.
Ainda segundo a pesquisa, o Congresso sofre maior reprovação -de 48%- entre entrevistados com renda familiar superior a cinco salários mínimos mensais. Esse índice é 14 pontos maior do que entre os entrevistados com renda mensal de até dois salários mínimos (34%). Nesta faixa, 18% responderam que o desempenho dos congressistas é ótimo/bom.
Deputados e senadores são reprovados por 42% dos brasileiros com faixa de renda familiar entre dois e cinco mínimos.

Escolaridade
O Congresso amarga 47% de ruim/péssimo entre os entrevistados com nível superior de escolaridade. Neste segmento, apenas 8% classificaram o Congresso de ótimo/bom, enquanto 41% disseram que é regular. Em agosto, esse índice de reprovação estava em 59%.
Entre os entrevistados com nível fundamental de escolaridade, a avaliação negativa do Congresso é de 36%, enquanto 17% afirmam que seu desempenho é ótimo/bom. Seu trabalho é regular para 38%.
O Congresso é ruim/péssimo para 43% no Sudeste. No Sul, a reprovação é de 40%, sendo de 37% no Nordeste e 33% nas regiões Norte/ Centro-Oeste. A avaliação negativa é maior nas regiões metropolitanas (42%) que no interior (38%).


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