São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 2005

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PAINEL

Reinações de Garotinho 1
Anthony Garotinho desembarcou em Brasília disposto não apenas a trabalhar pela candidatura dissidente do petista Virgílio Guimarães à presidência da Câmara, mas também a deflagrar uma operação para tirar o controle da bancada do PMDSB das mãos do grupo governista.

Reinações de Garotinho 2
O ex-governador do Rio espera levar para o PMDB de seis a oito deputados, a maioria vinda do PSC, sua legenda-satélite. Chamou Eliseu Padilha (RS) para ser o candidato do grupo à liderança, mas ouviu um não.

Reinações de Garotinho 3
Aliados de Garotinho sugeriram a três deputados do PP fluminense que se licenciem da Câmara na época da eleição da Mesa, para que seus suplentes possam votar em Virgílio Guimarães. A proposta inclui oferta de cargos no governo do Rio.

Com escolta
Luiz Eduardo Greenhalgh marcou para a quinta pós-Carnaval sua ida a BH, território do adversário Virgílio Guimarães. O candidato oficial do PT à presidência da Câmara levará consigo o ministro Walfrido Mares Guia (Turismo). Quer ainda o vice José Alencar na comitiva.

Audiência amiga
O governador Roberto Requião (PMDB-PR) tem agenda cheia no Fórum Social Mundial de Porto Alegre. Além de distribuir milhares de panfletos contra produtos transgênicos, acompanhará o presidente venezuelano, Hugo Chávez, em visita a acampamento do MST.

Troca de guarda
O assessor da Secretaria de Comunicação de Governo Bernardo Kucinski deixou o Conselho de Administração da Radiobras, alegando estar cansado das reuniões. Continua na Secom, e será substituído no conselho por Armando de Faria, auxiliar do ministro Luiz Gushiken.

Socialização de prejuízos
Na proposta que enviou ao governo federal para capitalizar a Cesp, o governo paulista sugere dividir meio a meio o aporte de recursos na estatal energética: R$ 600 mi para cada lado. A resposta deve sair ainda este mês.

Estranha no ninho
Secretário do Meio Ambiente de José Serra, o ex-petista Eduardo Jorge (PV) nomeou como assessora especial Leda Aschermann, ex-administradora regional na gestão Marta e candidata do PT à Prefeitura de Itapecerica da Serra em 2000.

Movimento horizontal
O PFL, do vice-prefeito Gilberto Kassab, reforçou suas fileiras na Câmara paulistana. Filiou ontem as vereadoras Bispa Lenice, ex-PV, e Marta Costa, que deixou o PTB. As duas já integravam a base de Serra.

Grama do vizinho
Em passagem por São Paulo ontem, Aécio Neves fez crescer os olhos do PSDB paulista. Enquanto Alckmin sua a camisa para emplacar um tucano no comando da Assembléia, o governador manteve seu aliado Mauri Torres à frente da Casa mineira.

Irmãos na dor
O prefeito tucano de Ribeirão Preto, Welson Gasparini, planeja bater à porta de Antonio Palocci, que governou a cidade entre 2001 e 2002 e deixou seu vice no comando. Quer uma ajuda do antecessor para a dívida herdada, em torno de R$ 220 mi.

Cachimbo da paz
Depois de intenso bombardeio, Paulo Souto e Antonio Carlos Magalhães chegaram a um acordo para a eleição do presidente da Assembléia baiana. ACM aceitou apoiar Clóvis Ferraz (PFL), nome do governador.

Visita à Folha
José Aníbal, vereador de São Paulo pelo PSDB, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Dodora Guedes, assessora de imprensa.

TIROTEIO

Do deputado Bismarck Maia (PSDB-CE) sobre Lula, que chamou seus críticos de "um bando de madonas choronas":
-Falta criatividade ao presidente. Para reclamar da oposição, ele reciclou as "cassandras ressentidas" de FHC.

CONTRAPONTO

Simples assim

Em outubro de 1968, Jarbas Passarinho, na época ministro do Trabalho do governo Costa e Silva, foi a Lisboa para fechar acordos na área previdenciária com o governo português, que vivia, então, a transição de Antonio Salazar para outro ditador, Marcelo Caetano.
Gonçalves de Proença, que estava à frente do Ministério das Comunicações português, acompanhou o brasileiro em visita à Assembléia Nacional.
Embora o governo do Brasil também fosse autoritário, vivia-se um período anterior ao AI-5, que fechou o Congresso.
Ciente da diferença entre os dois regimes, Passarinho dirigiu uma ironia ao colega:
-O plenário é pequeno. Onde se senta a oposição?
Astuto, Proença recorreu à lógica cartesiana para evitar a armadilha do visitante:
-Nós cá nos sentamos por ordem alfabética.


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