São Paulo, quinta-feira, 27 de janeiro de 2005

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SISTEMA LOTÉRICO

Banco vai recorrer

Licitações da Caixa são suspensas pelo TCU

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Duas das quatro licitações promovidas pela Caixa Econômica Federal para os serviços de captação e transmissão de dados das lojas lotéricas do país foram suspensas ontem pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
A suspensão, dada por medida cautelar sob o argumento de evitar prejuízo aos cofres públicos, poderá comprometer o cronograma de substituição da multinacional GTech, cujo contrato para operar as loterias vence em maio.
A expectativa do banco é conseguir reverter a decisão do TCU a tempo de realizar o pregão marcado para amanhã, para a compra e manutenção de 25 mil terminais a serem instalados até maio de 2006 nas 9.000 lojas lotéricas do país. Trata-se da principal fatia do negócio, cujo peço total está estimado em R$ 1,4 bilhão.
A GTech, responsável desde 1997 pelos serviços de captação das apostas, transmissão de dados e processamento dos resultados, foi pivô de um suposto caso de tráfico de influência no governo Luiz Inácio Lula da Silva, que levou à queda do ex-assessor palaciano Waldomiro Diniz. Até agosto, a empresa impediu, por meio de ações judiciais, que a Caixa licitasse blocos de serviços.
A suspensão dos pregões decorre de um pedido do advogado Leonardo Vianna Mettelo Jacob ao TCU, que não apresentou vínculo com nenhuma empresa. Ele apontou possíveis irregularidades nos editais da CEF.
No caso da compra de bobinas para impressão, alegou que o modelo indicado pelo edital era inadequado, mais caro e fornecido por um único fabricante de papel térmico do país, a Votorantim Celulose e Papel S.A.. O contrato para fornecimento de 6,7 mi de bobinas, para o período de três anos, tem custo estimado em R$ 169 mi.
De acordo com nota da Caixa, o edital não foi dirigido porque é possível importar papel de outro fabricante. Esse tipo de papel térmico "é amplamente utilizado como comprovante de transações financeiras". (MS)


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