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TEORIA DA DEPENDÊNCIA
Genoino diz que crítica foi "preconceituosa" e "ciumenta"
FHC diz que Lula deveria "ler um pouquinho sobre história"
MARCELO SALINAS
DA REDAÇÃO
O ex-presidente da República
Fernando Henrique Cardoso disse ontem que "o presidente Lula
deveria ler um pouquinho sobre a
história do Brasil".
A afirmação, feita após a reunião da Executiva Nacional do
PSDB em São Paulo, foi uma resposta às críticas do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva ao desempenho de seu governo quando foi presidente.
Fernando Henrique disse que
Lula deveria "ver relatórios e dados [sobre a administração dele]"
e afirmou que "o presidente deveria ter um pouquinho mais de
prudência sobre o que diz, porque, senão, alguém pode cobrar
incoerência. Eu não vou fazer isso, já fui presidente".
As críticas feitas pelo ex-presidente refletem a decisão da Executiva Nacional do PSDB de intensificar o movimento de oposição ao governo Lula.
A intenção do partido é antecipar a pauta das eleições. O acirramento das críticas ao governo federal é uma estratégia para a disputa em 2006, segundo o governador mineiro, Aécio Neves. "Estamos vivendo um período eleitoral. O governo federal já está em
campanha. Isso é evidente."
O tom das críticas foi duro. "O
PSDB tem sido muito compreensivo com o governo. Foram tantas
promessas de campanha, tanta
bazófia, mas, depois de dois anos,
foi feito o quê?", questionou Fernando Henrique, que afirmou, no
entanto, não querer bater boca
com o atual presidente.
Em resposta às declarações de
FHC, o presidente nacional do
PT, José Genoino, disse à Folha
que "o Fernando Henrique, de
uns meses para cá, quando se refere ao presidente Lula, abandona
a postura de ex-presidente e estadista e faz críticas preconceituosas, com ciúme, em razão do sucesso do atual governo".
Segundo Genoino, o presidente
é uma das pessoas que mais conhecem a história do Brasil e a
gestão de Fernando Henrique.
"Aliás, o brasileiro conhece muito
bem o governo FHC", afirmou.
Gastos públicos
A crítica ao aumento dos gastos
públicos pelo governo federal foi
repetida à exaustão no encontro.
Para Aécio Neves, "o PSDB tem
um compromisso com a sociedade brasileira de ser oposição. E isso significa cobrar compromissos
assumidos e criticar o aumento
abusivo de gastos no setor público. O governo deveria ser o primeiro a dar exemplo na contenção de despesas".
No site do PT, Genoino rebate
as críticas dizendo que "o governo Lula conduz com seriedade o
equilíbrio das contas públicas,
com mais responsabilidade que o
governo anterior. (...) Tivemos dificuldades em 2003 porque encontramos a casa desarrumada".
No evento, o prefeito de São
Paulo, José Serra, licenciou-se da
presidência nacional da legenda,
que foi assumida pelo senador
mineiro Eduardo Azeredo. De
acordo com o senador, a sucessão
na presidência da Câmara Federal
não foi discutida.
Sobre o assunto, Azeredo disse
que o PSDB respeitará o princípio
de que o presidente da Casa deve
pertencer ao partido com maior
bancada. Nesse caso, o PT. No entanto, admitiu que o voto em Virgílio Guimarães (PT-MG) é uma
possibilidade. "Apoiaremos o
candidato do PT e, neste momento, o deputado Virgílio é também
o candidato do PT."
De acordo com José Serra, o
partido fará uma oposição "clara
e bem delineada". Tanto ele quanto o governador paulista, Geraldo
Alckmin, negaram que foram discutidos nomes para as eleições
presidenciais de 2006.
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