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Decepção da esquerda
é abordada por jornais
DA REDAÇÃO
Motivados pelo início do 5º Fórum Social Mundial, diversos jornais destacaram ontem, além do
evento, a insatisfação de grupos
historicamente ligados ao PT com
o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos Estados
Unidos, o "Los Angeles Times"
informa logo no título: "Esquerda
do Brasil não vê o presidente como o seu campeão". O francês "Le
Figaro" e os britânicos "Financial
Times" e "The Guardian" também rechearam suas edições de
ontem com textos sobre o país.
O enviado especial a Porto Alegre do "LA Times" enfatiza a possível hostilidade com que Lula pode ser recebido hoje no FSM. Diz
que, em 2003, logo após ter assumido a Presidência, Lula foi muito aplaudido no evento. Agora,
segundo o jornal americano, "as
vaias podem substituir os aplausos". "Ativistas de esquerda estão
desapontados ou até mesmo furiosos com o homem que eles
acreditaram que finalmente incluiria suas causas na agenda",
afirma o texto publicado ontem.
O inglês "The Guardian" foi outro jornal que destacou a recepção
que Lula deve ter na capital gaúcha, comparando com a que deve
ser destinada ao presidente da
Venezuela, Hugo Chávez. Segundo o diário, apesar da alta popularidade de Lula, "há uma impaciência cada vez maior com a velocidade lenta das esperadas mudanças radicais". E alerta que
Chávez pode ser mais bem recebido que Lula inclusive por não
comparecer a Davos.
Para o "Le Figaro", Lula, um
"herói" das primeiras edições do
FSM, pode ficar com a imagem de
"culpado" por não desprezar o
Fórum Econômico Mundial e tem
chance de ver o venezuelano virar
"vedete" em Porto Alegre.
A ida do brasileiro à Suíça é tema da reportagem do "Financial
Times" de ontem. O título: "Lula
vai cortejar os altos sacerdotes do
capitalismo em Davos".
Euforia e críticas
O "El Pais", o principal diário da
Espanha, trouxe em sua edição de
domingo um balanço das realizações da gestão petista. Segundo o
texto de seu correspondente no
Rio de Janeiro, Lula vive, após
dois anos na Presidência, "entre
extremos", comemorando os resultados na economia e ouvindo
críticas dos seus "mais antigos seguidores" e "de parte considerável da esquerda brasileira".
Segundo o jornal, "aplausos discretos de grandes empresários" e
"aplausos decididamente eufóricos de bancos e investidores" somam-se a "críticas contundentes
de alguns movimentos sociais
historicamente aliados ao PT".
O diário diz que transformações
anunciadas por Lula não ocorreram, especialmente no campo.
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