São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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Barreiro foi escolhido porque sabia português

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Mario Barreiro foi detido pela primeira vez no Brasil em 1999, por tráfico de armas, quando foi sentenciado a 17 anos e três meses de prisão. O ex-agente deixou o Uruguai na década de 80, após ser expulso do serviço de inteligência. Questionado, ele se recusa a revelar o motivo da expulsão.
Após deixar seu país, Barreiro morou em cidades gaúchas na fronteira com o Uruguai e no fim dos anos 90 se mudou para Gravataí.
Lá, a polícia encontrou em sua casa granadas, pistolas e fuzis. Barreiro foi levado para o Presídio Central de Porto Alegre e, em 2000, foi transferido para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas.
Em maio de 2003, passou a cumprir pena em regime semi-aberto em Venâncio Aires (RS), mas fugiu da prisão.
Ele foi recapturado e levado para Charqueadas, onde cumpre pena por tráfico de armas, falsidade ideológica, roubo e formação de quadrilha. Barreiro nega a acusação de roubo, mas confirma que usava documentos falsos e tinha armas em sua casa.
Ao ser preso em 1999, ele usava o nome de Antônio Meirelles Lopes. Barreiro diz que aos 18 anos começou a integrar o Gamma (Grupo de Ações Militares Anti-Subversivas), serviço secreto de inteligência do Uruguai.
Disse que coube a ele a tarefa de vigiar o presidente João Goulart (1918-1976) porque sabia português e era estudante de engenharia. "Acho que me escolheram porque na época eu já era estudante de eletrônica, era bastante entendido na matéria, e além disso estava fazendo curso de português. Eu não era um homem violento, nem de porte físico privilegiado, nada que pudesse fazer com que fosse escolhido para uma função como essa, tão delicada", disse. (SIMONE IGLESIAS)


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