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REFORMA FISCAL
Proposta inclui, ainda, aumento de alíquota para os da ativa
Senado aprova projeto que taxa servidor aposentado
FLÁVIA DE LEON
da Sucursal de Brasília
O Senado
aprovou ontem
o projeto de lei
que permite ao
governo cobrar
contribuição
previdenciária
dos aposentados e pensionistas do serviço público. O projeto, que agora vai à
sanção presidencial, também aumenta a alíquota de contribuição
dos que estão na ativa.
As novas alíquotas só poderão
ser cobradas a partir de maio,
quando terá terminado o prazo de
90 dias para a cobrança de novas
contribuições.
A votação foi simbólica -tipo
de votação em que os senadores
não registram suas posições no
painel eletrônico. Os que concordam permanecem nos seus lugares. Os que discordam registram a
posição contrária em ata.
Segundo o presidente do Senado,
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), o governo poderá dar compensações, no futuro, para "quaisquer perdas que existam agora para ativos e inativos".
A aprovação do projeto, considerada certa e tranquila pelos líderes
dos partidos governistas, deu mais
trabalho do que a base de apoio do
governo esperava.
O ministro da Previdência, Waldeck Ornélas, teve de reunir-se
com líderes e com o relator, Osmar
Dias (PSDB-PR), para nova rodada de explicações.
Dias, que na véspera havia ameaçado renunciar à relatoria do projeto, terminou por fazer um relatório favorável. Mas não citou a arrecadação que o governo terá com a
contribuição dos inativos e com o
aumento da alíquota cobrada dos
que estão na ativa.
"Sei que o projeto não resolverá
o problema da necessidade de financiamento da Previdência, mas
irá reduzir de forma relevante os
recursos fiscais necessários para
cobrir o déficit", disse Dias, após
afirmar que não gostou de ter sido
escolhido relator.
O governo estima que a medida
permitirá uma arrecadação de R$
4,1 bilhões. Segundo um consultor
do Senado, cujo trabalho foi distribuído aos senadores antes da reunião com Ornélas, o governo ignorou a diminuição da base de arrecadação do Imposto de Renda. Pelo cálculo do consultor, o governo
poderá ter, no máximo, mais R$
2,4 bilhões com a medida.
Após a reunião, Dias disse que a
arrecadação final ficará entre os
dois valores -o estimado pelo governo e o calculado pelo consultor.
Segundo ele, haverá correções de
salários no decorrer do ano que
permitirão ao governo ter mais do
que R$ 2,4 bilhões.
Na sessão, dez senadores manifestaram-se contra o projeto, a
maioria de partidos de oposição. O
senador Pedro Simon (PMDB-RS), apesar de pertencer a partido
da base de apoio do governo, manifestou-se contrário aos argumentos usados pelo governo para
a aprovação da cobrança.
"Acho que há coisas que esse
Congresso deve fazer. Mas esse
projeto não pode ser votado aqui
desta maneira."
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