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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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PAINEL

Orelha em pé
A base aliada de Lula está preocupada com o andamento das negociações do Planalto com o PMDB. Partidos como PL, PTB, PDT e PC do B temem que o presidente entregue aos peemedebistas os principais cargos de segundo e terceiro escalões ainda não preenchidos.

Recado sutil
Há em aberto, nas contas dos aliados, cerca de 50% dos postos de segundo e terceiro escalões. Os partidos cobram de José Dirceu (Casa Civil) rápida definição. Argumentam que "não terão como controlar as bancadas nas votações das reformas", se nomeações não ocorrerem logo.

Eis a questão
Mão Santa (PMDB-PI) diz que o seu partido tem de decidir logo se vai aderir ao governo ou não. "To be or not to be do governo? Em cima do muro não podemos ficar", afirma o senador.

Agenda paralela
A agenda da Radiobrás distribuída ontem informava, além dos compromissos de Lula e de seus ministros, a palestra que FHC daria no BID.

Sem conversa
Todos os celulares da Integração Nacional foram cortados ontem por falta de pagamento das contas de dezembro. A equipe de Ciro alegou à empresa telefônica que não pôde quitar a fatura porque os "restos a pagar" deixados por FHC foram congelados por Lula.

Linha ocupada
A operadora de celular propôs ao ministério deixar apenas o celular de Ciro funcionando, mas a proposta foi recusada. Miro Teixeira (Comunicações) foi acionado, falou com a empresa, e os celulares foram religados no fim da tarde. Irritado, Ciro mandou abrir nova licitação.

Poder de fogo
José Dirceu (Casa Civil) chega hoje a Vitória para anunciar o auxílio do governo federal no programa de combate ao crime organizado e à corrupção no ES.

Fome 45
Alckmin (PSDB) ainda não entregou as cestas básicas de fevereiro a que os bolsistas do programa de frentes de trabalho de SP têm direito. A justificativa é que houve problemas operacionais. Segundo Francisco Prado (Emprego), os beneficiários receberão em dobro em março.

Transparência total
Secretário de Finanças de Marta Suplicy (PT-SP), João Sayad será cobrado hoje em audiência na Câmara de São Paulo sobre o motivo de a prefeitura paulistana ainda não ter disponibilizado aos vereadores o acesso ao novo sistema de acompanhamento dos gastos.

Tempo real
Durante uma longa e infrutífera discussão sobre os termos de uma moção pela paz mundial na Comissão de Relações Exteriores do Senado, Gilberto Mestrinho não se conteve: "Desse jeito, a guerra vai começar, e a gente não terá aprovado a moção".

Colega de trabalho
Anthony Garotinho programou filiar ao PSB, no dia 1º de maio, Paulinho (Força Sindical), que foi candidato a vice de Ciro (PPS) na sucessão de FHC. Falta apenas conseguir o aval de Miguel Arraes. O sindicalista planeja disputar a cadeira de Marta.

Efeito dominó
Sem muitas esperanças sobre o futuro de ACM no Senado, carlistas já temem que outros parlamentares sejam arrastados em processos de cassação: o senador Cesar Borges, que era governador no início dos grampos, e o deputado Paulo Magalhães, que teria tentado parar o inquérito contra o cacique pefelista.

Visita à Folha
Waldez Góes (PDT), governador do Amapá, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Olimpio Guarany, secretário de Comunicação, de Jorge Grunho, assessor especial, e de Vicente Gomes, chefe do escritório de São Paulo do governo.

TIROTEIO

De Heloísa Helena (PT), sobre a especulação no Congresso de que o PT recebeu fita na qual ACM assumiria responsabilidade pelos grampos ilegais:
- Não importa se ouvi ou não a fita. A questão é que estamos moralmente provocados a levar o caso ao conselho de ética. A bancada estará unida para qualquer providência.

CONTRAPONTO

Dose de vingança

Roberto Requião esteve recentemente na casa de Paes de Andrade, ex-presidente do PMDB, e resolveu se "vingar" do amigo.
Um mês atrás, o governador do Paraná recebera Paes em sua casa, em Curitiba, com uma garrafa de uísque Cutty Sark, de 50 anos. O ex-deputado gostou tanto da bebida que a escondeu atrás de uns livros. O governador só voltou a vê-la quando Paes esteve em sua casa de novo.
Pois bem. Requião, ao retribuir a visita, esperou Paes se ausentar da sala, chamou a empregada do ex-presidente do PMDB e disparou, com ar sério:
- Estou vendo que você trabalha muito bem. Não quer trabalhar comigo no Paraná? Pago três vezes mais...
Dias depois, por algum motivo qualquer, Paes deu uma bronca na moça, que devolveu:
- Dr. Paes, se é assim, estou indo embora. Vou trabalhar para o governador Requião.


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