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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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Governo testa sua base e tem vitória na Câmara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo testou na noite de ontem pela primeira vez o poder de fogo de sua base de sustentação no Congresso ao colocar em disputa um requerimento na Câmara dos Deputados. Mesmo sem contar com o apoio da liderança do PMDB -partido que negocia seu ingresso oficial na base-, os governistas venceram a oposição por 221 votos a 188.
O resultado -obtido em um quórum de 410 dos 513 deputados- mostra que a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparenta não depender do apoio oficial do PMDB para obter a maioria simples no plenário, mas pode encontrar dificuldade para conseguir os 60% necessários para aprovar as reformas da Previdência e tributária, por exemplo.
Pelo resultado obtido a partir do quórum de ontem, o governo obteve apoio de 53,9% dos deputados, número insuficiente para aprovar as reformas, que dependem de emendas à Constituição.
A oposição na Câmara, formada por PFL, PSDB e PPB, soma 183 deputados, mas, com o acréscimo do PMDB, vai a 253, quatro a menos do que a metade dos parlamentares.
O PMDB negocia com o governo a participação na base oficial de apoio, mas os entendimentos esbarram na definição sobre o papel que o partido ocupará no Executivo, ou seja, no ministério Lula. Apesar disso, o Planalto conta com o apoio de uma ala dissidente do PMDB que se alinhou com Lula desde a campanha eleitoral, ao contrário da cúpula, que se coligou com a candidatura de José Serra (PSDB).
A disputa de ontem no plenário da Câmara se deu em torno de um requerimento de adiamento por duas sessões ordinárias da votação da medida provisória 80/ 2002, que trata do financiamento de equipamentos agrícolas para o setor rural.
Sem acordo de líderes, os governistas propuseram a aprovação do requerimento, o que, normalmente, é ratificado sem a necessidade de votação. O problema é que a oposição, tendo à frente a bancada ruralista, foi contra o adiamento e forçou o encaminhamento da questão à votação.


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