São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

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RODRIGO PINHO

Atual chefe cita afinidade com Marrey

DA REPORTAGEM LOCAL

Rodrigo César Rebello Pinho, 49, que se afastou da Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo na última quarta para disputar a reeleição, diz que seu retorno ao cargo é importante para garantir ao órgão um perfil mais atento aos problemas sociais.
Pinho, que tem o apoio do grupo ligado a Luiz Antônio Marrey (três vezes procurador-geral), não revela sua preferência política.
Criticado por arquivar denúncias contra promotores, ele disse lamentar a atuação da Associação Paulista do Ministério Público, autora das acusações, e afirmou que, sempre que teve provas de práticas ilegais, representou contra membros da instituição.
 

Folha - O que a gestão do sr. trouxe de positivo para a instituição?
Rodrigo César Rebello Pinho -
Mantive a linha de um compromisso maior com a sociedade. Realizamos audiências públicas com temas pertinentes. As sugestões que nasceram desses grupos foram incorporadas ao plano de metas da instituição. Sobre a reestruturação da carreira, abandonamos áreas em que era desnecessária a presença de promotores e permitimos que os promotores com mais de dez anos de carreira e 35 anos de idade concorram ao cargo de procurador-geral.

Folha - Promotores reclamam da falta de estrutura física para o trabalho, dos gabinetes pequenos...
Pinho -
Neste biênio, fizemos novas locações em Bauru, Piracicaba, Mogi-Mirim, Limeira e Santo André. Em Campinas, conseguimos um espaço novo. Em São Paulo, compramos um prédio de dez andares vizinho à sede.

Folha - Por que quer se reeleger?
Pinho -
Há dois anos, minha vitória representou a consolidação de um compromisso do Ministério Público com a defesa da sociedade e com um projeto de reestruturação da instituição. É importante continuar esse modelo, que teve início com Marrey.

Folha - Marrey, após deixar o Ministério Público, foi para uma secretaria municipal. O sr. acha que deveria existir uma quarentena antes de um promotor/procurador ingressar numa função política?
Pinho -
Eu não aceitaria um cargo político porque o meu trabalho é aqui, mas quero deixar claro que o ex-procurador Marrey sempre atuou com absoluta isenção.

Folha - A oposição diz que o sr. sempre arquiva ações contra promotores.
Pinho -
Não é verdade. No caso do promotor José Carlos Blat, a Procuradoria ficou convencida da inexistência de provas. Investigamos e afastamos outros, mas não posso revelar os nomes.


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