São Paulo, sábado, 27 de fevereiro de 2010

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É preciso ser direto sobre abuso, afirma americano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O enviado do governo americano para preparar a visita da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, fez ontem críticas indiretas à omissão do presidente Lula em condenar a situação dos direitos humanos em Cuba. E disse que o assunto será tratado na quarta-feira que vem.
Questionado se os EUA estavam frustrados com a posição de Lula, o subsecretário para Assuntos Políticos (número três da diplomática americana), William Burns, disse: "Eu acho que é importante que as pessoas sejam diretas quando há casos claros de abusos de direitos humanos. Eu não pretendo que os EUA sejam perfeitos, mas nós tentamos apontar problemas com direitos humanos. Certamente não temos vergonha em expressar as preocupações, e direitos humanos são parte importante da agenda com o Brasil".
Em visita a Cuba, Lula não condenou o regime comunista pela morte por greve de fome do preso político Orlando Zapata Tamayo. Ontem, em El Salvador, ele voltou a falar sobre o tema. "Acho que a gente não pode fazer o julgamento de um país ou da atitude de um governante por uma atitude de um cidadão que resolve entrar em greve de fome", afirmou.
"Aprendi também a não dar muito palpite sobre as atitudes dos governos dos outros, que muitas vezes a gente mete o dedo onde não deveria", disse. À Folha Burns não quis fazer comentários diretos sobre a onda antiamericana na América Latina. "Temos diferenças, é claro, mas temos muito mais semelhanças para trabalhar", afirmou. (IGOR GIELOW)

Colaborou SIMONE IGLESIAS, enviada especial a El Salvador



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